sexta-feira, 19 de junho de 2015

O VISIONÁRIO DE AVATAR

 Parte de uma entrevista publicada nas páginas amarelas da revista Veja de 14/4/2010:

                                                 O VISIONÁRIO DE AVATAR
O cineasta diz que a sequência do filme de maior faturamento da história mostrará a necessidade de encontrar um equilíbrio entre desenvolvimento e meio ambiente.

 O cineasta canadense James Cameron, de 55 anos, é o criador de alguns dos maiores sucessos do cinema, como O Exterminador do Futuro, Aliens, Titanic e, recentemente, Avatar, uma produção de mais de 300 milhões de dólares que ultrapassou a marca de 2 bilhões de dólares de faturamento em venda de ingressos. Cameron planeja dar sequência a Avatar. Profeta da tecnologia aplicada ao cinema e dono de um dom quase infalível para saber o que fará sucesso entre os espectadores, Cameron também tenta ser um visionário do meio ambiente. Ele esteve no mês passado no Brasil para participar, em Manaus, do Fórum Internacional de Sustentabilidade, realizado pela Seminars e promovido pelo Lide. Aproveitou a ocasião para sobrevoar pela primeira vez a Floresta Amazônica e conhecer a região onde será construída a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Xingu. Após a visita, decidiu organizar uma campanha internacional contra a usina. Cameron concedeu a seguinte entrevista a VEJA:
Qual foi sua motivação para filmar Avatar?
O filme surgiu da minha necessidade de dizer algo sobre como a destruição da natureza ameaça o mundo. Gosto de comparar a questão ambiental com o naufrágio do Titanic. Quando foi dado o aviso de que havia um iceberg na rota do navio, não dava mais tempo de desviar. O impacto ocorreu noventa segundos após o sino de alerta ter sido tocado. A questão é: o mundo já se encontra no estágio em que nada mais pode ser feito para evitar o desastre ambiental? Ou estamos em um momento anterior, em que ainda dá tempo de reduzir o ritmo de poluição e de destruição para evitar o pior? Avatar é a minha maneira, como artista e cineasta, de tocar o sino de alerta. Uma das imagens recorrentes em Avatar é a dos personagens abrindo os olhos. Há sempre alguém acordando no filme. A mensagem subliminar é que a sociedade precisa acordar para os problemas ambientais e lidar com eles. Avatar valoriza experiências sensoriais como entrar em uma floresta cheia de flores coloridas ou sentir a terra sob os pés nus.
A humanidade esqueceu como apreciar essas sensações?
Sim. As pessoas estão se afastando não apenas da natureza, mas do contato humano. Os jovens têm as suas interações sociais on-line, em vez de pessoalmente. As aventuras acontecem em jogos de computador, não mais fora de casa. A interação com a realidade, com outras pessoas e com a natureza está diminuindo. A tecnologia permite isso.
O senhor, contudo, é o diretor de cinema que mais usa tecnologia no mundo. Como explicar esse paradoxo?
De fato, é um paradoxo. Eu sempre tive uma relação de amor e ódio com a tecnologia. Durante as filmagens de Avatar, os atores tiveram de entrar em contato com o lado mais primitivo de si próprios e, ao mesmo tempo, atuar nas condições mais high-tech possíveis. Para dar uma ideia da tecnologia envolvida, este foi o primeiro filme a demandar uma memória de 1 petabyte (1 milhão de gigabytes) para ser armazenado. Para processar as imagens digitais, na Nova Zelândia, tivemos de desenvolver o computador mais potente do Hemisfério Sul. Ou seja, não podemos ser ludistas e afirmar que toda tecnologia é ruim. A solução para salvar nosso planeta também passa pelo uso da tecnologia. Por isso, penso que, antes de construir uma hidrelétrica como a de Belo Monte, no Pará, por exemplo, o governo brasileiro poderia buscar outras saídas para atender à necessidade de energia do país. Todo projeto de represa com um impacto negativo sobre os moradores da região deveria ser evitado. A alternativa, no nível nacional, pode ser aumentar a eficiência no uso de energia nas cidades.
Na construção de um projeto como o de Belo Monte há duas forças legítimas em conflito: o desenvolvimento econômico e a defesa do ambiente. É possível conciliar os dois, desde que se encontre um meio-termo. Em Avatar não existe o meio-termo. Por quê?
A explicação é simples: a solução moderada provavelmente não é a melhor solução. Imagine um caçador sufocando um animal aos poucos. Ele aperta o seu pescoço, depois solta só um pouquinho — e assim sucessivamente até que o animal para de respirar. Quando a civilização bate de frente com a natureza, não dá para ter meio-termo. Ou o governo constrói a represa de Belo Monte, ou não a constrói.
Em Avatar 2, o meio-termo entre economia e meio ambiente será encontrado?
Sim. O próximo filme não deverá ser tão preto no branco quanto o primeiro. Durante uma projeção de Avatar no Equador, a anciã de uma tribo indígena criticou o filme por escolher a violência como solução para o conflito ambiental. Por isso, pretendo mostrar, na continuação da obra, que as partes têm de chegar a um acordo. Outras questões a que Avatar 2 e, talvez, Avatar 3 precisam responder: a humanidade pode ser salva? O modo de vida dos Na'vi (o povo azul que habita Pandora, a lua fictícia do filme) pode transformar o planeta Terra ou estamos condenados? Os seres humanos serão capazes de absorver as ideias poderosas de Pandora e aplicá-las à própria vida, de maneira a recuperar tudo o que perderam? Em outras palavras, os Na'vi podem ter uma mensagem de esperança para nós, terráqueos? O primeiro Avatar é apenas o tiro inaugural de uma gigantesca batalha de ideias e civilizações.
                                                                                                                                        Diogo Schelp 

domingo, 23 de novembro de 2014

Animação da Nasa mostra rotas do CO2 ao redor do planeta




21 novembro 2014 Atualizado pela última vez 11:50 BRST 13:50 GMT
Uma nova animação divulgada pela Nasa mostra como os gases de efeito estufa se comportam ao longo de um ano.
O modelo evidencia que a concentração do gás carbônico ocorre na América do Norte, Europa e norte da Ásia.
Cerca de metade do dióxido de carbono emitido pela queima de combustíveis fósseis permanece na atmosfera; a outra metade é absorvida por plantas e pelos oceanos.
A animação permite ver ainda que os gases não ficam parados, mas se dispersam seguindo padrões climáticos.
A presença dos gases diminui na primavera e no verão do hemisfério norte, quando as plantas absorvem gás carbônico no processo de fotossíntese.
O vídeo usa imagens de 2006. Segundo a agência espacial americana, as concentrações de gás carbônico na atmosfera aumentam ano a ano - o que contribui para o aumento das temperaturas globais.

Grã-Bretanha testa 1º ônibus movido a fezes e lixo


Ônibus Biobus, movido a biometano produzido com fezes e lixo
Um ônibus movido a fezes e lixo já está rodando entre as cidades de Bristol e Bath, na Grã-Bretanha.
O chamado Bio-Bus tem 40 assentos e opera com gás biometano, gerado a partir do tratamento de esgoto e lixo doméstico. O veículo ecológico pode rodar até 300 quilômetros com um tanque de gás, que é produzido a partir do lixo anual de cinco pessoas.
Seu motor tem um design similar ao dos motores convencionais. No entanto, o diferencial está na contrapartida ecológica: o ônibus emite 30% menos dióxido de carbono se comparado aos movidos a diesel.
A linha é operada pela Bath Bus Company e vai do aeroporto de Bristol ao centro de Bath - um serviço que transporta cerca de 10 mil passageiros por mês.

Esgoto




BioBus, movido a biometano produzido por lixo e fezes
Gás biometano é gerado a partir do tratamento do esgoto da cidade de Bristol

gás biometano usado pelo ônibus é gerado a partir do tratamento do esgoto de Bristol. O composto é resultado da digestão anaeróbica das bactérias (quando esses microorganismos quebram a matéria orgânica em ambientes sem oxigênio).
Mas para se tornar combustível para o veículo, o biogás ainda tem de ser "turbinado". Nesse processo, o dióxido de carbono é removido e o gás propano é adicionado. A cidade processa cerca de 75 milhões de metros cúbicos de esgoto e 35 mil toneladas de lixo doméstico por ano. Apenas o lixo anual de uma pessoa (tanto o descarte de alimentos quanto o esgoto) gera combustível para o ônibus rodar 60 quilômetros. 
Segundo Collin Field, da Bath Bus Company, o lançamento do ônibus agora é bastante apropriado, já que Bristol será a Capital Verde da Europa no ano que vem.
Publicado em BBC Brasil

sexta-feira, 7 de março de 2014

Por que a crise na Ucrânia é importante?

Natalio Cosoy
BBC Mundo

Depois da trégua entre governo e oposição durar menos de um dia, manifestantes voltaram às ruas 


Ao mesmo tempo que ameaçam a Ucrânia com sanções, Estados Unidos e União Européia pedem paz e diálogo. Enquanto isso, o presidente russo Vladimir Putin liga para o presidente ucraniano Viktor Yanukovych enquanto lhe envia dinheiro e baixa o preço do gás vendido ao país. Por fim, o vice-presidente americano, Joe Biden, também chama Yanukovych para que pedir que ele não reprima os manifestantes. O que é que a Ucrânia tem para que todos esses atores da cena política global estejam tão dispostos a agir? 
Para muitos, o país é o vértice geográfico onde se disputa uma nova versão da Guerra Fria. 

O conflito na Ucrânia já deixou ao menos 40 mortos e centenas de feridos nos últimos dias. Os choques entre manifestantes e a polícia se tornaram constantes, especialmente na capital, Kiev. E uma recente tentativa de trégua fracassou. 
Tudo começou em novembro, quando Yanukovych decidiu recusar um acordo que aprofundaria os laços do país com a União Europeia (UE) e era negociado havia três anos. Em troca, o presidente preferiu se aproximar da Rússia. Ou tudo teria começado antes? 

Durante quase todo o século 20, a Ucrânia fez parte da União Soviética, até sua independência em 1991. 
Desde então, o país passou a olhar em uma outra direção, do Oriente para o Ocidente, da Rússia para a União Europeia, tendo os exemplos de Polônia, Eslováquia e Hungria - todos membros da União Europeia – em seu horizonte. Mas a Ucrânia não completa esse movimento porque duas forças contrárias o paralisam. 
De um lado, está a parte ocidental do país, onde vivem as gerações mais jovens e de onde partiu o movimento de aproximação da UE. Do outro, está a parte oriental e sul, mais próxima da Rússia, onde se fala russo e não ucraniano e prevalece um sentimento de nostalgia dos anos de integração soviética. Por fim, de cada um desses lados, existem os interesses e pressões de grandes potências mundiais. 

Datas importantes 
21 de novembro de 2013: a Ucrânia suspende as preparações de um acordo comercial com a União Européia; Começam os protestos. 
30 de novembro de 2013: a polícia de choque age contra os manifestantes, deixando dezenas de pessoas feridas e intensificando a tensão no país. 
17 de dezembro de 2013: a Rússia concorda em comprar títulos do governo da Ucrânia e em baixar os preços do gás vendido ao país. 
25 de dezembro de 2013: há novos protestos depois que a jornalista e ativista contrária ao governo Tetyana Chornovol fica ferida. 
19 de janeiro de 2014: os protestos ficam mais violentos; Manifestantes colocam fogo em ônibus da polícia e lançam coquetéis molotov, enquanto os policiais respondem com balas de borracha, gás lacrimogênio e canhões d’água; Vários morrem nos dias seguintes. 
18 de fevereiro de 2014: o dia mais sangrento dos protestos, com a morte de vários manifestantes e policiais.A Ucrânia depende da Rússia para abastecer-se de gás. Além disso, por seu território passam dutos que transportam os gás russo para a União Europeia. 

Muitos analistas acreditam que a crise do gás ocorrida entre 2006 e 2009 foi uma consequência das tensões políticas que já existiam na época na Ucrânia, em razão da divergência quanto a aproximar-se da União Europeia ou da Rússia. 
Essas tensões estavam no coração da Revolução Laranja de 2004, na qual o atual presidente Viktor Yanukovych perdeu poder enquanto líderes mais favoráveis ao Ocidente, como os políticos Viktor Yaschenko e Yulia Tymoshenko, subiram ao poder. 

Mas esse políticos não conseguiram satisfazer as expectativas populares, o que levou Yanukovych a ganhar as eleições de 2010. 
“Eram corruptos, incompetentes. Então as pessoas votaram em Viktor Yanukovych”, disse Edward Lucas, editor internacional da revista The Economist e autor do livro “A Nova Guerra Fria: a Rússia de Putin e sua ameaça ao Ocidente”, ao programa PM da Rádio 4 da BBC. 

“Infelizmente, isso abriu a porta para a Rússia, e a Rússia forçou a Ucrânia a recusar o acordo comercial com a União Europeia e levou a Ucrânia para o seu lado”, acrescentou Lucas. 
Em uma reunião em 17 de dezembro de 2013 entre Putin e Yanukovych, a Rússia se comprometeu a comprar o equivalente a R$ 36 bilhões em títulos do Estado ucraniano e a reduzir o preço do gás vendido ao país. 


Vladimir Putin (dir.), presidente da Rússia, vê na Ucrânia do presidente Yanukovych uma parceira estratégica 

A Rússia é o principal parceiro comercial da Ucrânia. Em 2012, segundo informações oficiais, as exportações do país para a Rússia foram de R$ 165 bilhões, enquanto as importações vindas da Rússia somaram R$ 203 bilhões. 
Ao mesmo tempo, a UE representa um terço do comércio exterior da Ucrânia. 

Em 2012, o país exportou R$ 48 bilhões para o bloco, do qual comprou produtos e serviços num valor total de R$ 78 bilhões, segundo números da Comissão Europeia. A maioria das exportações ucranianas para o bloco são beneficiadas por um sistema de isenções tarifárias. 

Mas, para Mark Mardell, editor da BBC para a América do Norte, o assunto vai além do comércio exterior. “A batalha pela Ucrânia é sobre a influência e o alcance do Ocidente no mundo”, diz. 
“Desde a queda da União Soviética, a Rússia se enfraqueceu perante o Ocidente”, afirma Mandell. “Não apenas ex-aliados como Polônia ou República Tcheca hoje são parte da UE, mas também ex-membros da URSS, como Lituânia e Letônia, se uniram ao bloco. E agora um aliado histórico russo, a Sérvia, decidiu fazer o mesmo.” 


O chanceler russo criticou a "interferência" do Ocidente na crise da Ucrânia

A Rússia não pretende dar o braço a torcer em relação à Ucrânia. O chanceler russo Sergei Lavrov disse nos últimos dias: “Muitos países ocidentais tentam interferir de todas as formas, encorajam a oposição a agir ilegalmente, até mesmo flertam com os militantes, dão ultimatos, ameaçam com sanções”. 

Já em 2010, a Ucrânia firmou com a Rússia um acordo que determinou um desconto de 30% no gás russo vendido ao país. Em troca, a Ucrânia estendeu por 25 anos o arrendamento da cidade de Sebastopol, no Mar Negro, onde a Rússia tem uma importante base naval. 
Os manifestantes contrários a Yanukovych acreditam além de tudo que o presidente está encaminhando o país rumo à sua inclusão na União Euroasiática, uma união alfandegária impulsionada por Putin, da qual fazem parte a Bielorrússia e o Cazaquistão. Tanto Putin quanto Yanukovych negam essa acusação. 

Lucas, da The Economist, acredita que Putin e sua equipe no Kremlin “nunca aceitaram os termos do acordo de 1991, após o colapso da União Soviética”. “Eles querem recuperar uma parte da Europa que eles acreditam pertencer a eles, ser parte de sua esfera de influência”. 
Se isso acontecesse, isso “pode abalar o fornecimento de gás e petróleo da Europa”, diz. 

“O oeste do país não aceitará o mando de Moscou ou de Kiev, se for em nome de Moscou; eles travaram uma disputa de guerrilha por dez anos entre 1945 e 1955, que foi esmagada brutalmente por Stalin”. 
Tanto Lucas quanto Mardell, da BBC, enxergam uma falta de firmeza nas posturas da União Europeia e dos EUA. Para Mardell, a “Europa exibe fraquezas”, e “Barack Obama dá a entender que não se interessa pelo que acontece no exterior”. 

“O som mais inquietante nas ruas de Kiev não é o dos tiros ou das explosões, mas o do silêncio”, disse Steve Rosenberg, enviado da BBC à Ucrânia, na última quarta-feira no rádio. 
No centro da cidade, não havia automóveis, apenas pessoas caminhando pelas calçadas. 
Era como se as coisas estivessem em suspenso, o ar parado, à espera de uma definição, se o país irá pender para o leste ou para o oeste.
BBC Brasil

Supervulcão de Yellowstone é 2,5 vezes maior que se pensava, diz estudo.

Rebecca Morelle 

Repórter de Ciência da BBC 
Lagos de água quente são provas da magma quente que está abaixo da superfície em Yellowstone


Um "supervulcão" que está abaixo do solo no Parque Nacional de Yellowstone, nos Estados Unidos, é muito maior do que se pensava inicialmente, segundo um estudo. 

A pesquisa mostra que a câmera de magma é 2,5 vezes maior do que o apontado por um levantamento anterior. A caverna teria 90 quilômetros de largura e algo entre 2 e 15 quilômetros de altura, com 200 a 600 quilômetros cúbicos de rocha fundida. 

Os dados foram apresentados durante um encontro da Sociedade Americana de Geofísica, de São Francisco. 

"Nós estamos trabalhando lá há muito tempo, e sempre pensamos que ele poderia ser maior. Mas esta descoberta é estarrecedora", diz Bob Smith, pesquisador da Universidade de Utah. 

Caso o supervulcão de Yellowstone entrasse em erupção, as consequências poderiam ser catastróficas. Na última vez que isso aconteceu – há 640 mil anos –, ele espalhou cinzas por todo o continente da América do Norte, afetando o clima do planeta. 
Próxima erupção 

Os cientistas acreditam que, com o novo estudo, passam a ter informações mais precisas sobre o supervulcão. 

Eles usaram uma rede de sismógrafos espalhados pelo Parque Nacional para tentar mapear o conteúdo da câmera de magma. 

"Nós registramos terremotos no Yellowstone e arredores e medimos as ondas sísmicas na medida em que passam pelo solo. As ondas viajam mais lentamente por material quente e fundido. Assim conseguimos medir o que está abaixo do solo", diz o pesquisador Jamie Farrell, também da Universidade de Utah. 

Smith explica que apesar de o tamanho ser muito maior do que o medido em outros estudos, isso não aumenta os riscos para a fauna no Parque Nacional. 

Ele disse também que não há forma de prever quando o supervulcão voltará a entrar em erupção. 

Alguns acreditam que o vulcão deveria entrar em erupção a cada 700 mil anos, mas Smith acredita que é preciso coletar mais dados para sustentar essa teoria. Até agora, os cientistas só têm informações sobre três erupções passadas do supervulcão, ocorridas há 2,1 milhões, 1,3 milhão e 640 mil anos. 

É apenas com base nestes registros que eles estimam esse intervalo de cerca de 700 mil anos entre erupções.
BBC Brasil

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Novo tipo de vegetação brasileira.

IBGE classifica novo tipo de vegetação brasileira
Floresta Estacional Sempre-Verde pode ser encontrada no Mato Grosso e é caracterizada por não perder suas folhas, mesmo em épocas de seca
Clara Nobre de Camargo

Interior da Floresta Estacional Sempre-Verde das Terras Baixas, parcialmente alterada (MT)
Foto: IBGE/Divulgação

Entre cerrado, caatinga, florestas ombrófilas e tantas outras formações da flora brasileira, em 18/01/2013, terça-feira, um novo tipo vegetação passou a fazer parte do nosso Sistema de Classificação de Vegetações. A Floresta Estacional Sempre-Verde, que pode ser encontrada principalmente no Estado do Mato Grosso, foi oficializada no Manual Técnico da Vegetação Brasileira, lançado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Elaborado por uma equipe técnica de especialistas no assunto, o estudo descreve esta vegetação como possuindo baixa riqueza de espécies, se comparada com os tipos florestais próximos, apesar de permanecer, como diz seu nome, sempre verde, mesmo nos períodos de estiagem. Nas áreas mais baixas é possível encontrar uma grande exuberância das plantas, com árvores de 30 a 40 metros de altura, de troncos largos.

“A vegetação da Floresta Estacional Sempre-Verde é constituída por espécies essencialmente amazônicas que revelam ausência ou baixa decidualidade (perda de folhas) durante o período de estiagem”, coloca o manual. Ela pode se mesclar com florestas ombrófilas, savanas e caatingas, dependendo do seu local de ocorrência.
HORIZONTE GEOGRÁFICO

Elevação dos mares ameaça a Flórida

NICK MADIGAN
DO "NEW YORK TIMES"

De acordo com as previsões mais pessimistas, as belas ilhas, comunidades e praias do sul da Flórida podem desaparecer em apenas cem anos, devido à elevação das águas do mar. Mais para o interior, a região pantanosa de Everglades, que garante o suprimento de água doce da região, pode um dia ser contaminada pelo avanço do mar. E o arquipélago de Florida Keys, que se estende para dentro do golfo do México, será quase inteiramente submerso. 

"Acho que as pessoas não entendem como a Flórida é vulnerável", disse Harold R. Wanless, presidente do departamento de ciências geológicas da Universidade de Miami. "Até o final do século, teremos quatro, cinco ou seis pés de água, ou mais. É preciso acordar para a realidade que está por vir."

A preocupação com a elevação do mar está levando governos locais a entrar em ação. Com população conjunta de 5,6 milhões de habitantes, os condados de Broward, Miami-Dade, Monroe e Palm Beach formaram uma aliança para procurar soluções.

A Flórida, que sempre foi fustigada por furacões e enchentes, é o Estado americano mais vulnerável à elevação do nível do mar. Mesmo previsões mais conservadoras que as do professor Wanless consideram que a maior parte da região costeira baixa da Flórida será sujeita a inundações cada vez mais frequentes, à medida que o degelo das calotas polares se acelerar e que os oceanos subirem de nível e avançarem terra adentro.

Boa parte dos 1.900 km de litoral da Flórida fica pouco acima do nível atual do mar. Construções, estradas e outros elementos de infraestrutura que valem bilhões de dólares têm seus alicerces sobre calcário, que solta água como uma esponja.

Até agora a questão não chamou muito a atenção dos parlamentares estaduais e parece ser igualmente ignorada por segmentos da comunidade que têm interesse financeiro em proteger a dinâmica economia do sul da Flórida.

"A maioria dos empresários está alheia ao problema", disse Wayne Pathman, advogado de Miami especializado no uso da terra. Em última análise, disse ele, o indicador mais forte da crise será a recusa das seguradoras em cobrir riscos em áreas costeiras.

"As pessoas tendem a subestimar a gravidade do que pode acontecer aqui", disse Ben Strauss, diretor do Programa de Elevação do Nível do Mar da organização científica independente Climate Central. Para ele, os efeitos sobre o valor dos imóveis podem ser devastadores. Suas pesquisas mostram que há imóveis no valor de US$ 156 bilhões em terrenos situados menos de um metro acima da linha da maré alta na Flórida.

O professor Wanless acha que a única saída é estudar medidas como uma moratória sobre as construções em áreas costeiras e obrigar os moradores dessas áreas a se mudarem para o interior.

Mas, para Charles Tear, coordenador de emergências de Miami Beach, "o céu não está caindo, embora o nível da água esteja subindo". Tear revelou que ele e outros administradores de Miami Beach se pautam pela previsão mais conservadora, segundo a qual o nível do mar subirá até 38 centímetros nos próximos 50 anos.

"Não podemos pensar nos próximos cem anos", explicou. "Temos que ser realistas."
Folha de S. Paulo 

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Quem é o dono do Ártico?

O território gelado guarda nada menos do que 400 bilhões de barris de petróleo. E todo mundo quer beliscar um pedaço desse tesouro

Texto Pedro Dória
Nas contas da respeitada consultoria da área de energia Wood Mackenzie, há 400 bilhões de barris de petróleo no círculo polar ártico. Não custa comparar, o megacampo de Tupi, anunciado em novembro último pela Petrobras, tem até 8 bilhões de barris. E essa brutal quantidade inexplorada de combustível no Ártico é um problema. Primeiro, porque gera a tentação de explorar; segundo, porque não é tão claro quem manda naquelas águas; terceiro, pelo aquecimento global.
Em julho, a Rússia pediu à ONU que incluísse em seu território 119 395 km2 do Pólo Norte. O Pólo Norte não é como o Sul: não há terra para além de Europa, Ásia e América do Norte. O que há no topo do mundo é água fresca congelada. Dessa forma, a regra que rege a área é a Lei do Mar, um tratado internacional de 1982 assinado por todos os países cujos territórios ultrapassam o círculo polar ártico com exceção dos EUA.
         
             
                                         Imagem retirada do site: planetasustentavel.abril.com.br
Os EUA vão assiná-lo. Em 2007, o Senado do país aprovou sua inclusão, embora ainda existam trâmites a seguir. Como a aprovação veio a pedido do presidente George W. Bush, a sanção da Casa Branca é garantida.
O que a Lei do Mar determina é que todo país tem o direito de controlar até 200 milhas de distância de sua costa – equivalente a 370 quilômetros. O dilema é determinar onde tem início a costa. Se um país prova que sua crosta submersa vai além das 200 milhas, conta a partir dali. Mas há um prazo para a requisição – e, portanto, há uma corrida em jogo.
A alegação russa é de que a cordilheira de Lomonosov, que se estende por baixo do oceano Ártico ocupando quase metade do círculo polar, tem início na plataforma continental asiática. Ou seja, da Rússia. A alegação é antiga – a diferença, agora, é que o russos têm um extenso relatório composto por uma expedição a bordo de um submarino nuclear.
Mas, antes que Moscou possa anexar um naco do Ártico equivalente ao tamanho de França, Alemanha e Itália somadas, dois órgãos precisam ratificar o processo. O primeiro é a ONU, responsável por moderar quaisquer dúvidas a respeito da Lei do Mar. O segundo é o Conselho Ártico. Nele, além dos russos, sentam-se também Canadá, EUA, Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia – os 8 que têm territórios para além do círculo.
E isso é um problema. Embora não haja provas científicas, a cordilheira de Lomonosov provavelmente faz parte também da plataforma continental americana – e, seguindo o raciocínio russo, os canadenses poderiam requerer para si a mesma metade do pólo. Aliás, eles já fizeram um requerimento não tão ambicioso, mas ainda assim grande. Como o fizeram também Noruega e Dinamarca e como pretende fazer, segundo o Washington Post, os próprios EUA, tão logo ratifiquem o tratado.
Em jogo, afinal, estão 400 bilhões de barris de petróleo e uma quantidade igualmente dantesca de gás natural. Aquela é a região mais difícil de extração que há – apresenta um problema delicado de engenharia e condições inumanas para habitação. Além do círculo polar, faz sol quase o dia todo no verão e o inverno é noite quase contínua. A vegetação mal cresce e são poucos os animais que sobrevivem. A maior cidade além do círculo é Murmansk, na Rússia, com 325 mil habitantes. A 2a maior, Norilsk, tem 135 mil – e por aí vai. Plataformas petroleiras para muito além do continente – que é mesmo onde ficariam – seriam desumanas.


                        Imagem retirada do site: brasilsoberanoelivre.blogspot.com
A confirmar-se a previsão da Wood Mackenzie, de que há mais gás do que petróleo, o problema fica ainda mais difícil. Petróleo leva-se de navio. Para gás, é preciso ou uma usina de liquefação flutuante – que custaria um preço extorsivo – ou um gasoduto, que é impossível de construir sem que o impacto sobre o ambiente, a fauna e a flora seja grande.
O irônico, certamente, é que o Conselho Ártico foi criado em 1996 com um discurso um bocado diferente. O propósito era dividir a responsabilidade pelo derretimento da água fresca que, um dia, congelou no pólo. A mesma água que, uma vez derretida em consequência do aquecimento global, mudará as correntes, cobrirá Amsterdã e carregará consigo o clima da Terra. Aquecimento esse, como costuma sugerir a própria ONU, causado pelo excesso de queima de combustíveis fósseis. Esses mesmos que sonha-se retirar do Ártico.


Ártico - 400 bilhões*
Arábia Saudita - 262,7 bilhões*
Canadá - 178,9 bilhões*
Irã - 132,5 bilhões*
Iraque - 112,5 bilhões*
Emirados Árabes - 97,8 bilhões*
Venezuela - 75,27 bilhões*
Rússia - 74,4 bilhões*
EUA - 22,45 bilhões*
Brasil - 12,22 bilhões
União Européia - 7,33 bilhões*

*Barris

Fonte: World Factbook da CIA - órgão oficial dos EUA. 

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Processos erosivos.

PROCESSOS EXÓGENOS

A curiosidade maior dos alunos, que eu - inclusive - acredito ser mais pela sua denominação, sempre incide no que seja uma voçoroca. E, por mais que eu expliquei o seu processo evolutivo, seja oralmente ou por desenho esquemático no quadro desde o desenvolvimento inicial na forma de sulco, passando por ravinamento até alcançar o nível de voçoramento, a compreensão nem sempre é alcançada facilmente. 

Em decorrência disso, optei por publicar as imagens pertinentes a diversos processos erosivos (erosão e transporte) neste espaço para melhor visualização e compreensão destes, mas ressalto que todos têm em comum a água pluvial (das chuvas) como agente erosivo.

O escoamento superficial quando passa a ser concentrado deixa marcas visíveis no solo, as quais chamamos de sulcos. Estas são bem visíveis na paisagem. Com a incidência das chuvas, a água vai escavando e aprofundando mais, ainda, os sulcos, evoluindo para a formação de ravinas. A continuidade do ravinamento, com o incisão maior da água no solo pode chegar ao ponto de alcançar o lençol freático e, daí, o processo erosivo ganha maior força, agindo da "jusante para a montante" (de baixo para cima), formando a voçoroca.   

Em todas as imagens cito as fontes.


Imagem extraída do Dicionário Geológico-Geomorfológico
(GUERRA, Antonio Teixeira, 1987, pag. 349, RJ)



Deslizamento do solo com a remoção de parte da estrada
Desenho obtido da Cartilha Geologia: A Ciência da Terra
XXXIII Congresso Brasileiro de Geologia (SBG/UFRJ, 1984) 




Escoamento superficial (Bairro Pilar, Duque de Caxias, RJ)

Ravinas e Voçorocas em formação
Município de Vassouras 

A tecnologia mórbida da alimentação.



O que comemos é o que vamos ser. O nosso organismo precisa de nutrientes para se manter saudável, mas no mundo atual, a alimentação segue o mercado: O LUCRO.

Independente do que possa ocorrer nas pessoas, com a tecnologia dos aditivos que são colocados nos alimentos, estamos na realidade, nos envenenando, muitas vezes (ou na maioria das vezes) sem saber.

A OMS informa que 2,8 milhões de pessoas morrem em consequências de doenças associadas ao sobrepeso. E outras 2,2 milhões morrem por intoxicações alimentares.

Neste artigo extraido do site Carta Maior (http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=22808), escrito por Najar Tubino, temos uma noção do que ingerimos diariamente para não somente nos alimentarmos mas, principalmete, alimentar esta lucrativa indústria:

A indústria da alimentação deverá faturar em 2014 US$5,9 trilhões, segundo estimativa da agência britânica dedicada à pesquisa sobre consumo e marcas – The Future Laboratory. O mercado global de snacks (bolinhos, biscoitos, salgadinhos) deverá movimentar US$334 bilhões. As vendas de chocolates e confeitos vão faturar US$170 bilhões. O Brasil consumiu em 2012, 11,3 bilhões de litros de coca-cola, empresa que faturou US$48,02 bilhões, e lucrou US$ 9bilhões. Na pesquisa do IBGE comparando 2002-2003 com 2008-2009, o consumo anual de arroz das famílias caiu 40,5% - de 24,5kg para 14,6kg- e o de feijão caiu 26,4% - de 12,4 para 9,1kg. Os refrigerantes do tipo cola cresceram 39,3% de 9,l litros para 12,7 litros.

No Brasil, 48,5% da população está acima do peso, são 94 milhões de pessoas. Entre as crianças de 5 a 9 anos o aumento da obesidade multiplicou por quatro nos meninos (de 4,1% para 16,6%) e por cinco entra as meninas – de 2,4% para 11,8%. Uma em cada 10 crianças abaixo dos seis anos já apresenta sobrepeso. Nos Estados Unidos 35,7% da população, ou seja, mais de 135 milhões de pessoas são obesas, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) – 17% são jovens. No mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde o número já atinge 1,5 bilhão de pessoas. Na China, o índice de obesidade duplicou nos últimos 15 anos, na Índia subiu 20%. No Brasil, segundo um estudo da Universidade de Brasília, o SUS paga R$488 milhões por ano para tratar doenças ligadas ao aumento do peso.
Moderno doentio

As causas citadas para explicar esta tragédia humana estão associadas à mudança tecnológica, ao estilo de vida das metrópoles, aos hábitos sedentários, a questão prática da vida atual, não deixa tempo para cozinhar, comer em casa, entre outras tantas. É óbvio que a alimentação está no centro desse problema, que há muito tempo deixou de ter uma abordagem cultural, e precisa ser encarado como uma mudança social, política e econômica. Henry Kissinger, figura famosa na política mundial, dizia que quem domina a comida domina as pessoas. Não incluíram no pacote as doenças crônicas resultantes do tipo de comida difundida pelo mundo como algo “moderno”, como o hambúrguer e o refrigerante cola – diabetes em adultos, cardiovasculares, câncer e hipertensão, apenas para citar as campeãs nas estatísticas. A OMS informa que 2,8 milhões de pessoas morrem em consequências de doenças associadas ao sobrepeso. E outras 2,2 milhões morrem por intoxicações alimentares, resultante de contaminações de vírus, bactérias, micro-organismos patogênicos e resíduos químicos.

Neste capítulo específico a história é longa. Um dossiê da Autoridade de Segurança Alimentar e Econômica, de Portugal, usando os dados da União Europeia, contabiliza 100 mil compostos químicos usados correntemente no mundo. Na União Europeia eles registram 30 mil, produzidos a uma média de uma tonelada por ano, sendo que a metade tem potenciais efeitos adversos à saúde.

Mentira consistente. O problema é que a comida moderna, saborosa, suculenta, cheirosa vendida pela publicidade no mundo inteiro é uma mentira. Todos os aspectos citados, incluindo ainda a cor, o tempo de vida na prateleira, a viscosidade, o brilho, o sabor adocicado, ou então o salgadinho bem sequinho, todos são resultado da aplicação de uma lista quase interminável de aditivos químicos. Inclusive registrada internacionalmente por códigos numerados e divulgada pelo Codex Alimentarius, da ONU. Por exemplo, o conservante nitrito de sódio é o E-250 e o adoçante artificial acessulfamo-K é o E-950. 

Antes de avançar no assunto, um alerta da ONU sobre o uso de componentes químicos na vida moderna:

“- O sistema endócrino regula a liberação de certos hormônios que são essenciais para as funções como crescimento, metabolismo e desenvolvimento. Os CDAs, desreguladores endócrinos, podem alterar essas funções aumentando o risco de efeitos advesos à saúde. Os CDAs podem entrar no meio ambiente através de descargas industriais e urbanas, escoamento agrícola e da queima e liberação de resíduos.Alguns CDAs ocorrem naturalmente, enquanto as variedades sintéticas podem ser encontradas em agrotóxicos, produtos eletrônicos, produtos de higiene pessoal e cosméticos. Eles também podem ser encontrados como aditivos ou contaminantes em alimentos”.

Prático e baratoO problema é que a indústria se interessa por custo/benefício. Os aditivos dão consistência aos alimentos, não deixam a mostarda e a maionese virar uma gororoba, a carne e os produtos curados, como salsichas, mortadela, salames, perderam a cor vermelho-rosada. Os sorvetes não ficam com espuma, as sopas e caldos tem um cheiro maravilhoso. Fiquei enjoado de tanto ler sobre aditivos químicos nos últimos tempos. O mais impressionante, dos mais de 40 trabalhos que repassei, é a declaração da supervisora de marketing, da Química Anastácio (SP), para a revista Química e Derivados:

“- O nitrito de sódio é o principal aditivo usado em produtos cárneos, é o agente conservante de todos os produtos curados, promove a coloração vermelho-rosada nas curas e nos crus e o róseo avermelhado nos cozidos, além do sabor característico. Realmente esses produtos são considerados carcinogênicos, porém os grandes frigoríficos os utilizam pelo fato de não ter substituto no mercado. Mas devem ser usados com responsabilidade, respeitando os limites máximos de 0,015g por 100g e 0,03g por 100g, nos casos do nitrito e nitrato de sódio”, disse Alessandra Fernandes Guera.

A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (PROTESTE) tem trabalhos que mostram a capacidade dos nitritos e nitratos de sódio de reagir com certas substâncias presentes nos alimentos, que são as aminas, e se transformam em nitrosaminas, potencialmente cancerígenas.

Danos cerebrais: uma pesquisa de Sandrine Estella Peeters, da COPPE-UFRJ aborda o tema de como os aditivos químicos afetam a saúde. Hiperatividade em crianças, citado como consequência de corantes em alimentos, além de dor de cabeça crônica. Urticária, erupção da pele, câncer em animais, além de riscos de longo prazo de causar danos cerebrais. Este é o caso do glutamato de sódio, muito conhecido nos temperos, mas é utilizado em mais de cinco mil produtos. 

Considerado como um agente capaz de produzir efeito neurotóxico. Em outra pesquisa, da Universidade Cândido Mendes, Roseane Menezes Debatin, tese de mestrado, comenta o seguinte sobre o glutamato de sódio:

“– É um sal composto de uma molécula de ácido glutâmico ligada ao sódio. Tem um sabor adocicado, é um grande estimulante do paladar, suprimindo os gostos desagradáveis, levando a uma maior consumo de produtos industrializados. Usado em caldos, biscoitos, snacks, miojos, batata frita. O ácido glutâmico está envolvido na ativação de uma série de sistemas cerebrais, concernentes à percepção sensorial, memória, habilidade motora e orientação no tempo e espaço. Existem vários trabalhos científicos comprovando a neurotoxicidade do glutamato, principalmente na região do hipotálamo e no sistema ventricular”.

Nos Estados Unidos, o glutamato foi retirado dos alimentos infantis em 1969. A Ajinomoto maior indústria do ramo- 107 fábricas em 23 países - que comercializa o produto informa que o consumo no mundo cresce 5% anualmente.

Lista interminável
Os antioxidantes, usados na conservação, interferem no metabolismo, produzem aumento de cálculos renais, ação tóxica sobre o fígado e reações alérgicas, conforme a pesquisa da COPPE. Os conservantes, como o ácido benzoico, um dos mais usados, produzem irritação da mucosa digestiva, outros produzem irritações nas células que revestem a bexiga, podendo atuar na formação de tumores vesicais. As gorduras hidrogenadas provocam o risco de doenças cardiovasculares e obesidades. E os adoçantes artificiais, substitutos do açúcar, estão relacionados com a diabete, obesidade e o aumento de triglicerídeos (gordura na corrente sanguínea). Sobre os adoçantes, o professor e doutor em ciência de alimentos da Unicamp, Edson Creddio, comenta o seguinte:

“- Os adoçantes são medicamentos que devem ser usados por pessoas com diabetes e hipoglicemia e não por todas as pessoas, inclusive crianças, como se fossem totalmente isentos de risco. Esta substância é vista pelo público leigo como panaceia passada pela mídia com a imagem que levará o usuário a ter um corpo perfeito”.

Os adoçantes artificiais mais usados são a sacarina, que é 500 vezes mais potente que o açúcar, o aspartame, como diz o professor, que é 150 a 200 vezes mais doce, além do ciclamato e o acessulfamo-k, também muito mais doce que o açúcar. Estão presentes nos refrigerantes, bebidas isotônicas, sucos preparados, e demais industrializados.

Sódio em demasia
Fiz uma relação com 14 grupos de aditivos mais usados nos alimentos consumidos atualmente. Os conservantes aumentam o prazo de validade, os estabilizantes mantêm as emulsões homogêneas vamos dizer, os corantes acentuam e intensificam a cor natural para melhorar a aparência e fazer o consumidor acreditar que está levando algo novíssimo. Os antioxidantes evitam a decomposição, os espessantes dão consistência ao alimento e os emulsificantes aumentam a viscosidade do produto. Os agentes quelantes protegem os alimentos de muitas reações enzimáticas e os flavorizantes tem o papel de realçar o odor e o sabor dos alimentos. Já os edulcorantes são usados em substituição ao açúcar e os acidulantes utilizados para acentuar o sabor azedinho do alimento. Os humectantes mantêm a umidade e a maciez, os clarificantes retiram a turbidez, os agentes de brilho mantém a aparência brilhante e os polifosfatos são usados para reter a água, no caso dos congelados, como o frango e nos produtos curados.

No Brasil, a ANVISA desde 2011 negocia com a indústria de alimentos para diminuir a quantidade de sódio dos alimentos industrializados. Não há nem meta nem prazo para chegar a um nível aceitável. Numa pesquisa realizada em 2011, com 496 produtos das regiões nordeste, sudeste e sul foram encontradas entre produtos de diferentes empresas quantidades 10 vezes maiores nos queijos tipo minas frescal, parmesão e ricota. No entanto, as menores diferenças na quantidade usada de sódio entre os mesmos produtos de diferentes empresas chegaram a 40% no caso das mortadelas, macarrão instantâneo e bebidas lácteas. O teor de sódio mais elevado foi registrado no queijo parmesão inteiro e ralado, macarrão instantâneo, mortadela, maionese e biscoito de polvilho.

Informa a ANVISA: o sódio é um constituinte do sal, equivalente a 40% da sua composição, sendo um nutriente de preocupação para a saúde pública, que está diretamente relacionado ao desenvolvimento de doenças como hipertensão, cardiovasculares e renais. Na tabela de informação nutricional dos alimentos, que deve estar no rótulo, consta a quantidade de sódio. Para ser isento não pode ter mais de 5mg por 100g de alimento. Se tiver 40mg na mesma proporção é muito baixo e 120mg é considerado baixo. Na pesquisa da ANVISA o teor médio de sódio do macarrão instantâneo foi de 1.798mg por 100g, da mortadela foi de 1.303mg por 100g e o da maionese 1.096mg por 100g.

Fotos da NASA revelam "luzes estranhas" nas Malvinas.




Uma reunião da NASA em dezembro de 2012 mostrou ao mundo uma das imagens espaciais mais impressionantes já vistas: um mapa de luzes que mostra como é o planeta durante a noite. Após quase um ano estudando a imagem, o ponto de destaque curioso foi a concentração de luz entre a Argentina e as Malvinas. Para surpresa de todos, o local é marcado pela extrema presença de barcos de pesca, o que faz o estranho fenômeno acontecer. (Leia AQUI)


                                             No detalhe é possível ver as "estranhas" concentrações de luz nas Malvinas.

Em comunicado, a própria NASA se mostra surpresa e explica o fenômeno: "Não são assentamentos humanos e não há incêndios ou plataformas de gás no local. Mas há uma enorme quantidade de barco, milhares deles que tem luzes muito potentes para atrair seus alvos para a superfície".

Se algumas pessoas pensaram em "força extraterrestre" ao observas a estranha concentração de luz, a NASA chama a atenção para o problema ambiental que é flagrado neste local: milhares de barcos pescam ilegalmente nas Malvinas, já que o número de luzes excede e muito o número de embarcações legalizadas do local. 



A presença de barcos ilegais coloca em risco o ecossistema local, já que milhares de baleias, focas e pinguins que vivem na região são dependentes de peixes locais para se alimentarem. Com a grande presença de pescadores, a comida fica escassa e diversas espécies estão morrendo no local.

Emissões de gases-estufa no Brasil em 2012 foram as menores em 20 anos.


Sim, pois como para toda a atividade realizada pelo homem existe um impacto, por menor que este seja, não existe o que se insiste em dizer: desenvolvimento sustentável. Isso é uma falácia.

O que se pode fazer é diminuir os impactos causados a natureza e ao ambiente em que vivemos.

Um destes impactos é a emissão de CO² que causam o aumento do Efeito Estufa. Além da queima dos combustíveis fósseis, que são um dos grandes contribuintes para as mudanças climáticas causados pelo aquecimento da temperatura do planeta, o desmatamento é outra grande causa.

Uma boa notícia para nós brasileiros, dá conta que em 2012 (leia AQUI) , o Brasil emitiu a menor quantidade de gases-estufa em 20 anos: 1,48 bilhão de toneladas de carbono equivalente. A redução se deu principalmente devido à diminuição do desmatamento na Amazônia.

No período entre 1990 e 2012, as emissões brasileiras cresceram 7% --bem abaixo da média mundial, que foi de 37%, chegando ao nível recorde de 52 bilhões de toneladas de carbono equivalente.

Os números são de uma iniciativa inédita (AQUI) para estimar a quantidade de gases-estufa emitida no Brasil. Lançado nesta sexta-feira, o SEEG (Sistema de Estimativa de Emissão de Gases de Efeito Estufa) é um esforço do Observatório do Clima, um coletivo de ONGs ligadas ao meio ambiente que se debruçou sobre os dados mais recentes sobre o tema no país.

A redução é benéfica para a Amazônia e para o planeta, pois além da preservação da biodiversidade, também contribui para a diminuir o agravamento do aquecimento global. Sim, porque parar, somente se pararmos com tudo.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Pontos culminantes (mais altos) do Brasil.

Pico da Neblina
    O IBGE concluiu, novas medições de sete pontos culminantes (mais altos) brasileiros, em parceria com o Instituto Militar de Engenharia (IME). O trabalho teve como principal objetivo rever as altitudes dos pontos mais elevados do País, utilizando recursos mais modernos e novas tecnologias, como o GPS (Sistema de Posicionamento Global) - sistema de navegação e posicionamento por satélite. A missão do IBGE nesta campanha, da qual participaram um técnico especializado em Geodésia e dois engenheiros-cartógrafos, além dos militares responsáveis pela logística, foi retratar com precisão o território brasileiro.
    Localizam-se no estado do Amazonas o primeiro e o segundo maiores pontos culminantes: Pico da Neblina e Pico 31 de Março. Na terceira colocação, está o Pico da Bandeira, situado no Espírito Santo. Em Minas Gerais, localiza-se o quarto maior ponto culminante, o Pico da Pedra da Mina. O pico das Agulhas Negras está situado no Rio de Janeiro e ocupa a quinta posição. O sexto maior ponto, o Pico do Cristal, encontra-se no estado de Minas Gerais. Na sétima colocação, está o Monte Roraima, que se situa no estado de Roraima.
    Após as novas medições, a suspeita, que já existia, pôde agora ser confirmada pelo IBGE: o Pico da Pedra da Mina, localizado no município de Passa-Quatro, Minas Gerais, é mais elevado do que o Pico das Agulhas Negras, pertencente a Itatiaia, no Rio de Janeiro. Antes de 2004, a última medição dos pontos culminantes havia sido feita na década de sessenta pelo Ministério das Relações Exteriores, através da Primeira Comissão Demarcadora de Limites. Naquela época, utilizou-se o barômetro, instrumento criado no século XVII para indicar a pressão atmosférica, a altitude e prováveis mudanças do tempo.
    NomeLocalidadeEstadoAltitudes Novas(m)**
    1º. Pico da NeblinaSerra ImeriAM2.993,78
    2º. Pico 31 de MarçoSerra ImeriAM2.972,66
    3º. Pico da BandeiraSerra do CaparaóES2.891,98
    4º. Pico da Pedra da MinaSerra da MantiqueiraMG2.798.39
    5º. Pico das Agulhas NegrasSerra do ItatiaiaRJ2.791,55
    6º. Pico do CristalSerra do CaparaóMG2.769,76
    7º. Monte RoraimaSerra do PacaraimaRR2.734,06

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Reflexos no Brasil de terremotos distantes.


REVISTA CH 249 :: JUNHO DE 2008

Artigo analisa abalos sísmicos relatados com freqüência cada vez maior em cidades brasileiras

Moradores de prédios em diversas cidades brasileiras, em especial São Paulo, Brasília e Manaus, têm se assustado, nas últimas décadas, com abalos sísmicos que fazem com que os apartamentos balancem, as janelas trepidem e objetos se movam. Muitos deixam suas residências às pressas, acreditando que está ocorrendo um terremoto.

O fenômeno, na verdade, é conseqüência de terremotos, mas em raros casos estes ocorreram no Brasil. Em geral, o que as pessoas sentem são reflexos de terremotos distantes. Tais reflexos são sentidos desde 1922 nos grandes centros urbanos brasileiros, embora tenha havido um aumento de ocorrências na última década. Usando a sismologia, busca-se compreender como e por que ocorrem os reflexos e o que causou o aumento de sua ocorrência no país.


(foto: Nate Brelsford)

Em 13 de novembro de 2006, o jornal Folha de S. Paulo publicou notícia com o título ‘Reflexos de terremoto na Argentina atingem quatro estados e o DF’. O abalo tinha acontecido, a grande profundidade, na província argentina de Santiago del Estero, e teve magnitude 6.8 na escala Richter. Outra notícia no mesmo jornal, em 16 de agosto do ano passado, dizia: ‘Tremor de terra sentido por moradores de Manaus’. Nesse caso, os manauaras sentiram os reflexos de um forte terremoto (de magnitude 8) ocorrido no Peru, que causou 510 mortes naquele país.

Ultimamente, essas notícias tornaram-se freqüentes, e os ‘tremores’ chegam a assustar a população e até provocam a evacuação de grandes edifícios. No último dia 22 de abril, um tremor de magnitude 5.2, na plataforma continental brasileira, a 215 km da cidade paulista de São Vicente, foi sentido em várias cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina. Entretanto, muitos dos abalos que assustam moradores de grandes centros urbanos brasileiros são reflexos de terremotos andinos – ocorridos na região da cordilheira dos Andes, a oeste da América do Sul.

O primeiro registro no Brasil de tremores desse tipo, decorrentes da influência andina, ocorreu em 17 de janeiro de 1922, às 3h50 (horário de Greenwich). O terremoto, com profundidade de 650 km e magnitude 7.6, ocorreu no norte do Peru, a 1.300 km de Manaus, onde foram sentidos os reflexos. Desde então, foram registrados reflexos de 51 eventos distantes em cidades brasileiras, com notável aumento dessa ocorrência nos últimos 10 anos nas cidades de São Paulo, Manaus, Curitiba e Brasília. Esse aumento nos deixou curiosos, fazendo com que buscássemos, por meio da sismologia, respostas para esses reflexos no Brasil.

De modo geral, a primeira explicação é a de que qualquer terremoto gera oscilações (ondas sísmicas) que podem, dependendo da energia liberada pelo fenômeno e de fatores geológicos, se propagar na crosta terrestre até longas distâncias. Os prédios mais altos sentem essas ondas sísmicas com maior facilidade.

Quando acontecem terremotos com conseqüências graves (em 1976, na China, cerca de 250 mil pessoas morreram em um desses eventos), surgem dúvidas e questionamentos sobre certas definições tão distantes da nossa realidade. As mais comuns são as seguintes: O que é um terremoto? Por que tantos terremotos ocorrem na costa oeste da América do Sul? Acontecem – ou acontecerão – terremotos com a mesma magnitude no Brasil? O fenômeno tem alguma relação com o aquecimento global? Por que um terremoto tão distante é sentido em cidades brasileiras?


George Sand França
Observatório Sismológico, Universidade de Brasília
Marcelo Assumpção
Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas,
Universidade de São Paulo

O mar vai ganhar uma montanha.


Nas últimas duas décadas, os geólogos perceberam que o Mar Mediterrâneo é relativamente recente. Ele nasceu há cerca de 45 milhões de anos em decorrência do afastamento cada vez maior entre a Europa e a África. Este ano, pesquisadores do Laboratório de Geociências Azur, na cidade francesa de Villefranche-sur-Mer, confirmaram a suspeita de que ele já está começando a secar. Há uma cadeia montanhosa brotando no chão do mar e deverá soterrá-lo, no futuro. A bordo do submarino Nautile, os geólogos rastrearam o leito marinho usando sonares. Localizaram fraturas, dobras geológicas e vulcões mortos, alguns com 20 quilômetros de diâmetro. Segundo Jean Mescle, líder da equipe, a cordilheira despontará das águas dentro de 8 milhões ou 10 milhões de anos. "Em Geofísica, a paciência é fundamental", brinca ele.

Revista Superinteressante

sábado, 17 de agosto de 2013

Globo versus Receita: um escândalo dentro do escândalo.

Existe um escândalo dentro escândalo do caso Globo versus Receita Federal.
É a omissão da mídia, dos políticos e do governo. Todos estão se fazendo de mortos, numa cumplicidade mórbida, como se não estivesse ocorrendo nada.
A tarefa de lutar por um Brasil melhor, neste caso, está limitada, até aqui, a esforços épicos de blogues independentes.
Os fatos são espetaculares.
Vejamos: 
A Receita, como primeiro noticiou o blog O Cafezinho, flagrou a Globo numa trapaça fiscal. Documentos vazados por uma fonte da Receita mostram que a Globo tratou a compra dos direitos da Copa de 2002 como se fosse um investimento no exterior para fugir aos impostos brasileiros.Isso se chama sonegação. E sonegação é corrupção.
A empresa se utilizou, na manobra, de um paraíso fiscal, recurso predileto de sonegadores no mundo todo. Não à toa, os governos dos países adiantados decidiram impor um cerco terminal aos paraísos fiscais, porque o dinheiro sonegado destrói a saúde dos cofres públicos e impõe uma injustiça monstruosa à sociedade. 
Em dinheiro de 2006, a Globo devia 615 milhões de reais à Receita. Isso são seis vezes o que a Globo definiu como o maior caso de corrupção da história do Brasil, o Mensalão. Pressionada, a Globo, depois de tergiversar, admitiu que tivera sim problemas com a Receita. Mas jamais mostrou o DARF, o recibo, para comprovar que acertara as contas.
Se o enredo já não fosse sensacional, entrou depois em cena a notícia – confirmada – de que uma funcionária da Receita tentara fazer desaparecer a documentação do caso. Uma história fiscal passou a ser policial também.A funcionária escapou da prisão graças a um habeas corpus de Gilmar Mendes. Para quem ela trabalhara? Teoricamente, basta buscar na lista dos beneficiários de um eventual sumiço. Não são tantos assim.Estranhamente, ou não estranhamente, pensando bem, a mídia corporativa – que tem exércitos de repórteres – não fez o menor esforço para encontrar funcionária e tentar esclarecer um caso de dimensões extraordinárias. Isso atesta a miséria do jornalismo investigativo nacional.Cenas bizarras vão aparecendo: um advogado da Globo disse não se recordar do caso, como se estivesse falando da conta de um restaurante.
Um repórter do UOL entrou no caso, provavelmente sem conhecimento dos donos, extraiu da Globo a admissão da multa e sumiu exatamente no momento em que conseguira mostrar que tinha uma grande história.

O UOL – da Folha, sócia da Globo no jornal Valor – não deu mais nada. O mesmo comportamento teve seu irmão, a Folha, que estampa na primeira página a informação de que é um jornal a serviço do Brasil. Sim, a serviço do Brasil – mas desde que isso não signifique investigar a Globo.
Fora todos os fatos comprovados, há especulações eletrizantes.
Exemplo: a justiça suíça, ao denunciar no ano passado a rede de propinas comandada por João Havelange e Ricardo Teixeira, denunciou a propina milionária paga num paraíso fiscal para Havelange para que garantisse a uma emissora de televisão que a Fifa venderia a ela, e não à concorrência, os direitos da Copa de 2002.
Quanto a Globo ganha com futebol é uma enormidade: em 2012, foram vendidas seis cotas a patrocinadores por 174 milhões cada. Isso dá mais de 1 bilhão de reais. O tamanho do negócio do futebol justificaria qualquer coisa?
Esta é uma das questões que deveriam estar sendo discutidas publicamente, num regime de transparência urgente, dado o torrencial interesse público do caso. Mas não.Há um silêncio abjeto que paira sobre este escândalo – exceto pela luta heroica e solitária dos bravos Davis da internet contra o Golias e seus amigos, ou cúmplices, se você quiser.

Não são os Andes ou Alpes, é a Serra do Tabuleiro em Santa Catarina




Parece uma paisagem distante, mas é bem perto. Com a neve que caiu nestes dias de frio intenso, a Serra do Tabuleiro, em Santa Catarina, ficou parecido uma paisagem de uma estação de esqui...

Muito frio.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Modais de Transportes: Modal Hidroviário




. MODAL HIDROVIÁRIO: também denominado de modal aquático ou aquaviário, este consiste no transporte de pessoas e mercadorias (cargas) por meio de diferentes embarcações (barcos, lanchas, canoas, navios, balsas etc.) através de vias navegáveis, como rios, lagos, lagoas, oceanos e mares.
 
Sendo assim, o transporte hidroviário abrange tanto o transporte fluvial através de rios, lagos e lagoas quanto o transporte marítimo através de mares abertos (ou costeiros) e os oceanos.
 
No entanto, subtende-se - como vias fluviais navegáveis – os rios de planícies, cujo substrato sedimentar lhes conferem o potencial à navegabilidade.
 
Imagem capturada na Internet (Fonte: Mundo das Tribos)
 
Os rios de planaltos, por sua vez, não são favoráveis para navegação, uma vez que o seu substrato é rochoso, com ocorrência de saltos e cachoeiras em seu percurso, o quê impede o seu uso como hidrovia.
 
No entanto, estes últimos apresentam grande potencial para a produção de energia elétrica através da construção de Usinas Hidrelétricas.  
 
Imagem capturada na Internet (Fonte: Aventureiros por Trilhas e Aventuras)
 
Em comparação aos transportes rodoviário e ferroviário, os transportes hidroviários são bem mais baratos, não só em termos de custos, mas também em capacidade de carga e de impacto ambiental. Além de ser ideal para longas distâncias.
 
A variedade de embarcações é muito grande tanto em termos de tamanho quanto em termos de sua finalidade, sobretudo, quando este é direcionado ao comércio internacional.
 
Há vários tipos de navios de grande porte, como, por exemplo:
 
. Navio de carga geral (destinados ao transporte de carga geral, seca);
 
. Navio frigorífico (equipados com maquinários para refrigeração);
 
. Graneleiros (destinados ao transporte de carga sólida e a granel);

. Navio tanque (destina-se ao transporte de carga líquida a granel, com divisões nos porões, podendo variar a carga desde petróleo, produtos químicos, ácidos, entre outros);

. Navio porta-container (especializado para o transporte de containers, abrigando todos os tipos de cargas);

. Navio porta-aviões (navio de guerra cujo papel principal é servir de base aérea móvel);

. Navios porta-barcaças (possuem capacidade para transportar barcaças);

. Navios de passageiros (têm a única finalidade de transportar pessoas, viagens, cruzeiros);

. Navios rebocadores (destinam-se a puxar, empurrar e manobrar todos os tipos de navios, em geral, na zona portuária ou canais de acesso aos portos. Podem socorrer, também, navios em alto-mar ou embarcações encalhadas em bancos de areia).
 
A velocidade dos navios marítimos varia e esta é representada por knots, que equivale a uma milha marítima (1.853 metros).
 
Em termos de carga, o navio pode transportar qualquer tipo de mercadoria, desde matéria prima primária ou commodities (minérios e gêneros agrícolas) a granel a produtos químicos, combustíveis, veículos, entre outros.
 
A partir de meados da década de 60 (Século XX), além de a carga geral ser transportada em caixotes, sacas ou qualquer outro tipo de recipiente, contou-se com o uso de contêiner que veio a facilitar o transporte e a disposição dos mesmos dentro do navio. Além disso, o seu uso oferece segurança em termos de não haver manuseio da carga do seu ponto de partida até o seu destinatário final, exceto em caso de fiscalização.
 
Um grande entrave que pode existir, sobretudo, com o uso de navios de grande porte no comércio internacional diz respeito à infra-estrutura e logística dos portos marítimos, os quais ainda se mostram incipientes no mundo inteiro.
 
Vantagens:
- Possui grande capacidade de cargas e qualquer tipo de carga;
- O custo operacional é muito baixo;
- Transporte de grandes distâncias;
- Apresenta pequeno consumo de energia;
- Baixo custo de manutenção;
- Baixo índice de acidentes, considerado também um dos mais seguros.

Desvantagens:
- A necessidade de transbordo nos portos;
- Maior exigência de embalagens;
- Tempo de transporte mais longo (transporte lento);
- Interferência das condições climáticas;
- Menor flexibilidade nos serviços aliado a frequentes congestionamentos nos portos.