quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Para onde vai Cuba?

Para onde vai Cuba?

Único país socialista das Américas, à deriva no mundo, sem acesso à internet, Cuba fez do turismo sua tábua de salvação, mas isso já não basta. O governo quer implantar uma economia de mercado, demitir 500 mil funcionários e acabar com a Libreta de Abastecimiento, a caderneta que raciona a alimentação subsidiada dos cubanos desde 1962. É hora de mudança na ilha revolucionária

Texto e fotos: Silvia e Heitor Reali, de Havana

O tempo está suspenso em Havana, onde todos aguardam as reformas que serão anunciadas, em abril, no congresso do Partido Comunista. Tudo indica que será referendado o plano do presidente Raúl Castro para reestruturar a economia ineficiente mediante a demissão de 500 mil funcionários públicos, a abertura de pequenos negócios privados em 178 atividades, a abolição da Libreta de Abastecimiento e a libertação de dezenas de prisioneiros políticos. Os ares são de mudança. Há ansiedade na ilha. Uma visita a Cuba revela mais nuvens escuras no horizonte do que mar azul, ritmos caribenhos e sonhos revolucionários.

A Libreta de Abastecimiento em ação numa venda em Havana. Embaixo, os táxis-cocos. Na página oposta, operária de fábrica de charutos.

"Como se pode viver com um salário médio de US$ 20 ao mês (R$ 32)?", dispara Ivone T., uma jovem estudante de medicina, em Havana. Apesar das conquistas socialistas na educação e na saúde públicas, nos últimos anos a penúria cresceu de tal forma que hoje quase toda a renda familiar cubana é dedicada à alimentação racionada pelas cotas mensais de gêneros registradas na Libreta. A caderneta é um documento fundamental da vida cubana, mas as rações mensais só garantem 12 dias de comida. Para complementar a dieta, só há uma saída: "Vire-se." Para Ivone, a ilha caiu na armadilha da esperança fantasiosa. "Acreditamos muito em mañana, no futuro que justificaria os sacrifícios do dia a dia, e só nos restou a sobrevivência", afirma. Uma jornada por onde pulsa o coração de Havana, longe dos roteiros turísticos, revela feridas na alma cubana.

Cereja de bolo

O táxi-coco, uma espécie de lambreta com três rodas e teto, próprio para transportar turistas, é o veículo ideal para percorrer a capital. A viatura roda a 40 quilômetros por hora, permitindo observar os detalhes arquitetônicos, sentir a brisa e o aroma da maresia. É bom ver tudo de perto. Um roteiro alternativo ao turismo oficial poderia começar pela zona tranquila e silenciosa do Parque Metropolitano, no lado oposto à Havana Vieja. Banhada pelo Rio Almendares, a área abriga uma vegetação de hera que sobe pelas árvores, se espalha pelos galhos, criando verdadeiros mantos verdes. É fácil pressentir "entidades" misteriosas no cenário, pois o Parque Metropolitano é o palco de rituais da santeria, a umbanda cubana, cultuadora de Santa Bárbara, São Judas e a Virgem da Caridade do Cobre, a padroeira de Havana (Oxum, nos cultos sincretistas).

Quase toda a renda familiar cubana é gasta com a alimentação racionada pelas cotas de produtos da Libreta de abastecimiento

Daniel C. é motorista de um desses táxis-cocos. Vivaz, inteligente, rápido nas respostas, ao nos aproximarmos dos bairros de Kholy, Miramar e Siboney, onde vivem os militares, os políticos e El Comandante Fidel, avisa de forma categórica: "Não fotografem nada daqui para a frente, senão vamos passar oito horas desagradáveis na polícia." Ao entrarmos no bairro de Vedado, antigo reduto dos cubanos ricos que fugiram ao se deflagrar a revolução, lembramo-nos de uma passagem do livro Memórias da Filha de Fidel, escrito por Alina Castro, a filha ilegítima de El Comandante, hoje dissidente em Miami. Alina conta que havia dólares emparedados em muitas casas, pois os moradores imaginavam voltar assim que o regime caísse. Várias foram demolidas, mas não se encontrou nenhum money.


Sacada de hotel em Havana. Embaixo, um dos inúmeros músicos de rua. Acima, as montanhas de calcário do Vale dos Vinales, o terroir das melhores plantações de fumo do mundo.


Saindo dos bairros chiques o asfalto desaparece e surgem casas simples, com pequenos jardins. Não há cachorros. "A comida não dá nem para nós", ironiza Daniel. Com o anunciado fim da Libreta de Abastecimiento a insegurança aumentou na ilha. Não se sabe como será feita a parca distribuição de alimentos. Sem a Libreta, restam as bancas e mercadinhos com nomes sugestivos como La Fortuna, La Generosa, La Speranza, que quase não têm o que oferecer, e as lojas especiais reservadas aos turistas e a quem paga o peso conversible (igual ao dólar), devidamente abastecidas de produtos importados. Só quem recebe dinheiro de parentes no exterior pode encarar esses gastos, ou quem exerce atividades ilegais. Um quilo de carne de porco custa 27 pesos no mercado privado.

A paisagem continua a mudar e o ar torna-se poluído, tomado pela fumaça de ônibus em estado lastimável. Os raros táxis-cocos que passam pela periferia transitam sob o olhar desconfiadíssimo dos moradores. Aqui, as oficinas mecânicas são capazes de restaurar um Chevrolet 1949 como se fosse uma obra de arte. Daniel para na casa do irmão, que nos prepara um forte, aromático e encorpado café cubano. Percebemos casas em lenta construção, em geral dependentes do dinheiro enviado por familiares na Flórida, ímã dos que preferem enfrentar peripécias no mar, equilibrados em um pneu de trator, chutando tubarões, a ficar na ilha. A propósito, para reconhecer as mudanças positivas em curso, em janeiro o presidente Barack Obama, dos Estados Unidos, facilitou a licença para qualquer residente enviar remessas trimestrais de US$ 500 a Cuba.

Após um banquete de simpatia e de cultura sem censura, no final da excursão o visitante não deve se surpreender nem se decepcionar se alguém lhe oferecer sem constrangimento "a cereja do bolo". "Qual é?", perguntamos ingenuamente. "Depende. É cara, porque embolso 30%", admite Daniel, sem rodeio. "A escolha é sua: uma bela jovem ou um rapaz sarado. To have fun, entiendes?" Na surpresa se aprende que a "cereja do bolo" não é malandragem, é puro desespero de causa - questão de sobrevivência.

É a quarta vez que visitamos Cuba. Conhecemos seus extremos e paradoxos, da harmonia ao caos. Percorremos a ilha de ponta a ponta, de Vuelta Abajo, no extremo oeste, a Santiago de Cuba, na ponta leste. Em Vuelta vimos o Vale de Vinãles, berço das plantações de tabaco envolvidas pelas mongotes, montanhas calcárias iguais às do Vietnã, que sustentam um solo e uma umidade únicos - o terroir, como dizem os aficionados. Elas contribuem para a excepcional qualidade das folhas responsáveis pelos melhores charutos do mundo. Santiago faz limite com a Sierra Maestra, local de decisivas batalhas da revolução cubana. Conhecemos também a cidade de Santa Clara, onde está o monumento dedicado a Che Guevara.

Os mecânicos cubanos são capazer de restaurar um Chevrolet 1949 como se fosse uma obra de arte. Na página ao lado, acima, a joia barroca da Praça da Catedral, em Havana; abaixo, um pouco da musicalidade dos cubanos.


Já passamos por Sancti Spiritus e Cienfuegos - fundada por franceses - e pela histórica e bela Trinidad. Visitamos Camaguey, Holguin e Matanzas, terra natal da abastada família de Andy Garcia, que emigrou para os EUA e virou astro de cinema. Garcia apareceu em público vestindo uma guayabera, a tradicional camisa cubana de linho, com pregas verticais e quatro bolsos, usada para fora da calça, e converteu-a em peça cult. Mergulhamos entre peixes coloridos de baías transparentes e, por supuesto, regalamo-nos com o legendário rum dos divinos mojitos - a caipirinha cubana feita com limão e hortelã. Na famosa praia de Varadero sentimos a fúria dos furacões que em setembro atormentam a ilha.

Dessa vez, entretanto, há outros tormentos. As feridas estão expostas num passeio a pé por Havana. A escassez de bens de consumo obriga as pessoas, cada vez mais, a importunar os turistas para adquirir jeans, camisetas, tênis, xampus e assim por diante. Cansamos de ser abordados por http://www.blogger.com/img/blank.gif alguém "boa-pinta", muy simpático, muy amigo, que oferece charutos puros e rum produzido em fundo de quintal - ou se prostitui. No mercado negro circulam até produtos furtados nos hotéis. Isso sem contar os músicos passando chapéu. "Entonces, usted yá ès cubana", diz Esteban, um desempregado com quem puxamos conversa na Praça do Teatro, "Usted siente y conosce el país mucho más que los cubanos". Não é verdade. Cuba barroca, surreal e miserável é tão vibrante quanto indecifrável.


As ruas de Havana parecem as de Salvador, na Bahia, congeladas em 1950. Abaixo, a vida de rei dos turistas na Praia de Varadero. Na página oposta, os famosos cortiços de Havana, nos quais não há energia elétrica na maior parte do dia.

Vocação natural

Não é de hoje que os turistas afluem. Depois de 1898, quando os EUA apoiaram a independência do país da Espanha, os norte-americanos entraram com os dois pés na ilha e a converteram em seu quintal. Reflexo dessa situação, o beisebol acabou eleito o esporte preferido dos cubanos. Com a revolução de 1959, a elite cubana, proprietária de engenhos e de fábricas de rum, abandonou os palacetes à beira-mar. A revolução restaurou a dignidade do país e abriu as portas para uma multidão que subdividiu quartos, seccionou andares, repartiu sacadas, fechou varandas, emendou "puxadinhos", improvisou paredes e implantou todo tipo de rede de "gatos". Assim sugiram as quarterias, os cortiços que se veem por toda parte em estado lastimável. Democratizaram a miséria, mas não socializaram a riqueza.

Em 1990, depois do fim dos tratados econômicos anulados pelo colapso da ex-União Soviética, Fidel converteu o turismo em tábua de salvação. Há motivos de sobra para a ilha ser uma nova Cancún e muito mais, sobretudo no litoral dos cayos de ensueño, no norte, com suas ilhas e ilhotas coralinas bordejadas por uma areia que parece feita do mais puro alabastro moído. Há também a atração das construções em estilo colonial espanhol que durante séculos foram se "acriolando" até se tornarem cubanas.

Pode-se ler Cuba como uma partitura: uma batida afro mesclada ao flamenco espanhol e à contredance francesa

A arquitetura de Havana Vieja ocupa um lugar de destaque. Realmente, não há nada igual nas Américas. Há números que justificam a afirmação: são 40 quadras com 150 edificações dos séculos 16 e 17, 200 do século 18 e 460 do século 19. Nesse leque não estão incluídos interessantes templos, fortalezas e vilas em estilo liberty.

Em pleno centro histórico ergue-se a Praça da Catedral, datada de 1770, rodeada por palácios como o dos Marqueses de Arcos, do conde Lombillo e dos Marqueses de Águas Claras. A igreja é de uma beleza barroca transbordante. Todo o complexo arquitetônico vem sendo caprichosamente restaurado pela Oficina del Historiador, capitaneada pelo historiador Eusebio Leal, desde 1967. Leal sabe que, além de ser o motor do turismo, a arquitetura é preciosa para a alma de Havana.

Os colonizadores espanhóis construíam palacetes, solares, templos e edifícios públicos com a pedra calicia, um coral retirado do mar. Porosa, ela guarda madrepérolas incrustadas, o que explica o misterioso cintilar das paredes à luz do sol no centro histórico - um efeito singular. Para driblar o calor e a luminosidade, as janelas ganharam vitrais coloridos e os pátios internos, refrescantes fontes. Não à toa que, em 1982, o centro histórico foi declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco.

Outra peculiaridade, hipnótica, é a música. É impossível não sentir inveja e admiração pela ginga e o requebro das mulheres e homens que rodopiam com o mambo, a rumba, o bolero, o chá-chá-chá, o danzón, a guajira e o guaguancó. Na vitalidade da dança, nas ruas, nos salões, cabarés ou teatros, está uma das essências da cubanidad. Pode-se ler Cuba como se lê uma partitura: uma pulsação da matriz afro, regida pelos tambores de Xangô, mesclada ao flamenco espanhol e à contredance trazida pelos latifundiários franceses, fugidos do Haiti. A música e a dança nutrem a alma do povo, já que o corpo mal se mantém. Elas garantem a alegria de viver e permitem aos cubanos fabricar outra realidade, uma vez que não conseguem conhecer o próprio país.

Sabe usted por que? Porque viajar é um privilégio inacessível. Está reservado aos gringos. A não ser que se trabalhe como guia de viagem, garçom, camareira ou cozinheira. Em todo lugar ouve-se a ladainha: "el cubano no está autorizado... no se puede... no passe..." Parece haver entusiasmo apenas nos empregos dos setores dolarizados da economia. Mas isso não é compartilhado. Faltam possibilidades de desenvolvimento para as cidades do interior e as praias também ganharem com o turismo.

Após 20 anos de reinado absoluto, o turismo não salvou a Revolução e o futuro tornou-se mais sombrio. Como os cubanos receberão as reformas e as demissões em massa num país onde mais de 90% das pessoas são funcionários do Estado? Nem a entrega de terras ociosas, nem as novas propostas ao congresso do PC, ou mesmo a libertação de presos políticos, diminuem as filas em frente às embaixadas para aqueles que se recusam a deixar a vida em compasso de espera. Uma frase da blogueira Yoani Sánchez - que no ano passado foi impedida de vir ao Brasil para o lançamento de seu livro De Cuba, com Carinho - resume tudo: "As reformas de Raúl estão sendo vistas com tanta falta de entusiasmo que não convencem nem os compatriotas a ficar na ilha."

Revista Planeta

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Cartografia- A Linguagem dos Mapas.


CARTOGRAFIA: A LINGUAGEM DOS MAPAS


 INTRODUÇÃO

A cartografia envolve as técnicas de criação de mapas, sendo uma ferramenta importante para a geografia. Apresenta desafios, como, por exemplo, representar uma esfera (Terra) sobre um plano (mapa-múndi), ocorrendo distorções. Um segundo desafio é descobrir a ideologia que um mapa esconde, isto é, mapas contêm visões de mundo.

Como a Terra é redonda, o Brasil, por exemplo, pode ser visto de vários ângulos e, o mais importante, todos estão corretos.



Nesta visão, o Brasil está no centro do planeta.




ELEMENTOS PRINCIPAIS DA CARTOGRAFIA

ESCALAS são a relação entre as dimensões apresentadas em um mapa e seus valores reais correspondentes no terreno.

TIPOS

NUMÉRICA – é representada por uma fração e normalmente é dada em centímetro. Exemplo:




No exemplo acima, 1 cm no mapa é, na realidade, 500.000 vezes maior. Para resolver um exercício, normalmente transforma o número em quilômetro, obtendo-se a seguinte relação: 1 cm = 5 km.

GRÁFICA — é representada por uma linha reta graduada, tendo como módulo básico o centímetro. Exemplo:

1: 12.000.000

É NECESSÁRIO SABER FAZER ESTA REDUÇÃO NA ESCALA MÉTRICA

CONTANDO ''ZEROS'' A PARTIR DA ESQUERDA VAMOS PREENCHENDO AS CASA DA ESCALA MÉTRICA

COMO NO EXEMPLO ABAIXO



Nesse caso, 1 cm no mapa equivale 12.000.000 cm ou na realidade a 120 km.

ESTA FÓRMULA AUXILIA NO CÁLCULO



ONDE ''D'' É A DISTÂNCIA NO TERRENO (REAL) ''d'' É A DISTÂNCIA NO MAPA E ''E '' É A ESCALA USADA PARA AMPLIAR OU DIMINUIR UMA ÁREA OU TERRENO

PROJEÇÕES

Projeções envolvem a representação da Terra em um plano, destacando a rede de paralelos e meridianos da esfera terrestre. Utilizam figuras geométricas semelhantes a uma esfera ou aquelas que permitem o seu desenvolvimento, destacando-se o cone, o cilindro e o plano.








Exemplos
I. PROJEÇÃO DE MERCATOR




Nessa projeção, os paralelos e os meridianos são linhas retas que se cortam em ângulos retos, porém as áreas polares mostram tamanho exagerado. É uma projeção conforme, porque tem a vantagem de conservar a forma dos continentes, mas traz a desvantagem de deformar as áreas relativas dos continentes, isto é, a deformação aumenta próximo aos pólos.

Observando a figura acima, a América do Sul aparenta ser menor que a Groenlândia, mas, na realidade, ela tem quase 18 milhões de km2 contra 2 milhões de km2 da Groenlândia. Portanto, é uma projeção cilíndrica conforme, sendo usada na navegação. Questiona-se o eurocentrismo desta projeção.


II. PROJEÇÃO DE PETERS



É uma projeção cilíndrica equivalente, que conserva a proporcionalidade das áreas relativas entre os continentes, mas as formas são distorcidas, destacando-se o alongamento dos continentes.

ELEMENTOS SECUNDÁRIOS DA CARTOGRAFIA

CURVAS DE NÍVEL


As curvas de nível são chamadas de isoípsas e unem pontos de mesma altitude de relevo. Esse conceito apareceu na Holanda, no século XVIII e foi usado para cartografar o fundo do rio Merwede, sendo um sistema matemático baseado em levantamentos geodésicos, no qual o marco zero metro é o mar.

As curvas de nível apresentam as seguintes características:
● Representam tanto a altitude quanto a forma de relevo.
● Quando existem grandes diferenças de altitudes em pequenos espaços, as linhas apresentam-se muito próximas umas das outras; quando o relevo é suave, as diferenças são menores e as linhas apresentam-se mais distanciadas.
● De acordo com a variação da altitude, a equidistância das curvas pode ser de 10, 20, 50 ou 100 metros.






ROSA-DOS-VENTOS


A rosa-dos-ventos é um meio de orientação importante devido à extensão do planeta e serve como vocabulário da geografia, aparecendo no nosso dia-a-dia e principalmente nos vestibulares.




É formada pelos pontos cardeais, colaterais e subcolaterais.
• Cardeais
– norte ou setentrional ou boreal
– sul ou meridional ou austral
– leste ou oriental ou nascente
– oeste ou ocidental ou poente

• Colaterais: ficam entre os pontos cardeais.
– nordeste (NE) – entre o norte e o leste;
– sudeste (SE) – entre o sul e o leste;
– sudoeste (SO) – entre o sul e o oeste;
– noroeste (NO) – entre o norte e o oeste.

• Subcolaterais: ficam entre os pontos cardeais e os colaterais.
NNE = nor-nordeste
ENE = es-nordeste
ESE = es-sudeste
SSE = su-sudeste
SSO = su-sudoeste
OSO = oes-sudoeste
ONO = oes-noroeste
NNO = nor-noroeste

COORDENADAS GEOGRÁFICAS

Conjunto de linhas imaginárias traçadas sobre a superfície terrestre, objetivando localizar qualquer lugar ou ponto.

• Latitude: é a distância em graus de um ponto qualquer da superfície terrestre à linha do Equador, variando de 0° a 90° tanto para o norte como para o sul.

• Longitude: é a distância em graus de um dado ponto da superfície terrestre ao meridiano de origem (Greenwich), variando de 0° a 180° para leste e para oeste.




Para compreender melhor as coordenadas, é fundamental lembrar-se das principais linhas imaginárias.
• Paralelos: círculos menores e paralelos ao Equador (divide a Terra em dois hemisférios).






• Meridianos: são círculos máximos que passam pelos pólos, destacando o principal: Greenwich (divide a Terra em dois hemisférios).


quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A Industrialização Brasileira

A INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA

Introdução
A indústria é uma atividade humana e econômica que transforma, em etapas sucessivas, produtos naturais em bens para o consumo. Ela apresenta como lado positivo a geração de empregos, o desenvolvimento econômico de uma região e o acesso à tecnologia, mas, por outro lado, gera poluição e agrava as desigualdades sociais. E quanto mais industrializado um país é, mais independente ele se torna pois não tem a necessidade de comprar em outros país o que necessita.A produção industrial moderna, no sistema capitalista, é realizada no âmbito das empresas e dos estabelecimentos industriais. A empresa industrial é a unidade financeira de produção, que pode englobar um ou mais estabelecimentos industriais e que realiza as compras e vendas necessárias ao funcionamento da indústria. O estabelecimento industrial é a unidade técnica de produção através da qual se obtém um produto final ou uma linha de produtos que emprega as mesmas matérias-primas ou os mesmos processos industriais. Assim, o estabelecimento industrial põe em funcionamento os meios de produção, e a empresa industrial cria as condições para esse funcionamento (compra as matérias-primas necessárias, os equipamentos e as máquinas, paga o pessoal, consegue capitais, empréstimos, vende a produção etc.)


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Indústria têxtil (Tipo instalado desde o século XIX)

Tipos

Existem diversos critérios para se classificar a produção industrial. Se tomarmos como ponto de referência o destino final da produção, podemos distinguir as indústrias de bens de equipamento e as indústrias de bens de uso ou de consumo.

Os bens de equipamento, também chamados bens de produção ou bens de capital, são os produtos industriais que não se destinam ao consumo imediato das populações, mas são utilizados para manter e ampliar a própria produção industrial.

Incluem-se nessa categoria a produção de energia, de máquinas, de ferramentas, de aparelhos, como também a própria produção de matérias-primas e de produtos semi-elaborados. Os consumidores dos bens de equipamento são as próprias empresas industriais.

Bens de uso ou de consumo são os produtos industriais destinados ao consumo imediato, não necessitando de novas transformações industriais. Como exemplo poderíamos citar o automóvel ou os calçados (bens de uso), os alimentos, as bebidas, o fumo (bens de consumo).

Outra forma de classificar as indústrias é agrupá-las em pesadas e leves, usando-se como critério o volume de investimento que elas demandam.

A indústria pesada é sempre de grande porte, transformando enormes quantidades de matéria-prima. É o caso das indústrias siderúrgicas, das petroquímicas e das indústrias de mecânica pesada. Chamam-se também indústrias de base. Além de demandar grande investimento de capital, costumam concentrar-se geograficamente na proximidade das áreas produtoras das matérias-primas ou dos grandes centros de consumo de seus produtos.

A indústria leve engloba os setores industriais cuja produção não depende de investimentos vultosos, podendo operar mesmo em pequena escala. É o caso das indústrias alimentícias, têxteis, das metalúrgicas produtoras de peças, e ainda das indústrias fabricantes de aparelhos e equipamentos de alta precisão, como máquinas calculadoras, computadores etc. A indústria leve apresenta maior dispersão geográfica que a indústria de base.

Histórico

Antes da industrialização, a organização do espaço geográfico no Brasil era do tipo “arquipélago”, ou seja, áreas relativamente independentes e sem integração umas com as outras. Cada área tinha mais relações com o exterior, sobretudo com o mercado europeu, do que com as demais áreas. As “ilhas” desse arquipélago eram: a cana da Zona da Mata, o tabaco de Salvador, o ouro de Minas Gerais, a borracha da Amazônia e o café do Sudeste. A industrialização promove a integração do espaço nacional, colocando fim ao “arquipélago econômico”.

No século XIX, a industrialização do país era fraca, em razão de vários fatores, como o domínio econômico da aristocracia rural agroexportadora e das relações escravagistas de trabalho. O escravo era um empecilho à industrialização, pois não participava do mercado consumidor, já que não recebia rendimentos, além do que não poderia ser demitido numa crise ou contratado numa fase de expansão. Observe, pela tabela a seguir, a “tímida” industrialização.


2Fonte: Heitor Ferreira Lima, História político-econômica e industrial do Brasil


A cafeicultura foi básica para a industrialização do país, pois foi com os capitais gerados pelas exportações do café que se adquiriram as primeiras máquinas para as indústrias. Os imigrantes, atraídos pelo café, também contribuíram para o processo, já que dispunham do hábito de consumir produtos, ampliando o mercado interno de consumo, além de formar uma importante mão-de-obra operária para a indústria nascente. Este imigrante foi a opção para substituir o trabalho escravo, extinto em 1888. A cafeicultura desenvolveu o transporte ferroviário , sobretudo em São Paulo, direcionado ao porto de Santos, objetivando o mercado externo. Essa infraestrutura também foi aproveitada pela indústria, que era caracterizada pelos setores de alimentação e têxtil.

3Fonte: Heitor Ferreira Lima, História político-econômica e industrial do Brasil

Pela tabela, percebe-se que a industrialização nacional começou com a indústria leve ou de bens de consumo não-duráveis, não ocorrendo a implantação de indústria de bens de produção, exigindo a importação de máquinas, aumentando a dependência tecnológica em relação aos países ricos. Essas indústrias verificadas na tabela exigiam baixo investimento de capital e atendiam às necessidades imediatas da população.
No campo político, surgiram as ligas operárias em 1870, que originaram os sindicatos de trabalhadores, evidenciando os conflitos entre os trabalhadores e os empresários. Aqueles reivindicavam aumento de salário, redução da jornada de trabalho e melhores condições para se trabalhar; enquanto estes respondiam com ameaça de desemprego.
Em suma, a nossa industrialização inicial ficou conhecida por tardia, pois os países centrais já estavam bem avançados, o que garantia a hegemonia mundial.

A Revolução Industrial Brasileira

A industrialização brasileira iniciou-se no século XIX, sem apoio do Estado, uma vez que não existia uma clara política estatal para o setor, mas, a partir de 1930, o Estado assumiu a industrialização, o que causou uma verdadeira revolução. Os fatores eram positivos, como o êxodo rural gerado pela crise na cafeicultura, aumentando a classe operária e o próprio mercado consumidor; a redução das importações, devido à crise mundial de 1929; a substituição dessas importações, devido à Segunda Guerra Mundial.
Junto a esses fatores, Getúlio Vargas adotou uma política nacionalista calcada num desenvolvimento autônomo com base industrial, fato exemplificado pelo plano qüinqüenal de 1939; pela instalação da Companhia Siderúrgica Nacional, a CSN(1941), em Volta Redonda; e pela criação da Companhia Vale do Rio Doce, a CVRD ( 1942 ), em Minas Gerais, atuando na área extrativa. Ainda no “espírito” nacionalista, surgiu, em 1938, o Conselho Nacional do Petróleo, e a Petrobras, em 1953, objetivando controlar o petróleo para o desenvolvimento dos transportes.

4Fonte: Diniz, Eli. Empresário, Estado e Capitalismo no Brasil (1930-45)


A tabela evidencia nossa revolução industrial e uma maior diversificação com metalurgia, cimento, mecânica, material elétrico, transportes, entre outras, sobretudo em São Paulo e Rio de Janeiro, por causa da infraestrutura deixada pela cafeicultura.

O Governo Juscelino Kubitschek

Este governo, de 1956 a 1961, adotou uma política desenvolvimentista, baseada numa maior intervenção do Estado na economia e no desenvolvimento industrial dependente de capitais e tecnologia estrangeiros.
Nesse contexto, foi lançado o Plano de Metas, consagrado pela frase “ Crescer 50 anos em 5”, cujos objetivos abrangiam seis grupos: energia, transporte, alimentação, indústria de base, educação e a construção de Brasília. O plano foi marcado pela invasão de multinacionais e pelo desenvolvimento da infraestrutura, notadamente rodovias e hidrelétricas, com capital estatal. Observe, pela tabela abaixo, a entrada do capital estrangeiro.

5Fonte: Luiz Carlos Bresser Pereira, Desenvolvimento e crise no Brasil.

Esse capital impulsionou as indústrias de bens de consumo duráveis, principalmente automóveis e eletrodomésticos, e aumentou o consumo dos derivados de petróleo. As multinacionais impuseram novidades de consumo, idealizadas pelo american way of life, ampliando o seu poder na América Latina. O resultado foi o aumento da dependência econômica e tecnológica em relação aos países ricos, sobretudo EUA e Alemanha, além da elevação do endividamento externo.

Em suma, o Plano de Metas assentava-se num tripé: capital estrangeiro , capital nacional e a indústria de base, com preocupação quanto à expansão da rede de transportes rodoviários e à produção de energia hidrelétrica.


O Milagre Econômico (1967-1973)

A partir de 1967, retomou-se o processo de desenvolvimento, graças à conjuntura favorável no plano internacional, que contava com um excesso de liquidez, ou seja, dólares à procura de aplicação. Aproveitando a situação, o ministro Delfim Netto lançou o plano de combate à inflação, assentado em duas bases: o endividamento externo para a obtenção da tecnologia estrangeira e a concentração da renda para criar um mercado consumidor.
Esse plano garantiu um crescimento econômico, mas condenou o mercado a se desenvolver de uma forma distorcida, aumentando as desigualdades sociais.

6Fonte: IBGE


Outro lado negativo foi a perda da soberania nacional, em razão da dominação da nossa economia pelas transnacionais. O país cresceu economicamente 10% ao ano (PIB) e transformou-se na oitava economia do mundo capitalista, mas ganhou vários problemas, como dívida externa (1964: 2,5 bilhões de dólares; 1978: 40 bilhões) e o título negativo de campeão das desigualdades sociais. A partir daí, aumentaram muito os miseráveis (ou excluídos) do país. (Observe a charge).


7Fonte: Folha de S. Paulo

O “milagre” ocorreu no Regime Militar (1964-85), marcado pela grande influência do Estado tanto na regulação da economia como também na atitude econômica. Um bom exemplo industrial organizado pelo Estado foi a criação da Suframa, a Superintendência da Zona Franca de Manaus, em 1968, atrelada à Sudam. Ela vendia terrenos para as fábricas a preços simbólicos, com incentivos à exportação e à importação, bem como isenções de impostos, como o IPI e o ICMS. O parque industrial abrangeu fábricas de motocicletas, bebidas, metalúrgicas, tecidos, relógios, motores, eletrônicos, e até uma refinaria de petróleo.

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Fonte: IBGE

Das quatro superintendências do mapa, três foram criadas pelo regime militar: a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), em 1966; a Superintendência do Desenvolvimento da Região Sul (Sudesul), em 1967; e a do Desenvolvimento da Região Centro-Oeste (Sudeco), em 1968. A da Região Nordeste foi criada 1959. Elas evidenciaram a política federal de integração e desenvolvimento nacional, visando a diminuir as disparidades regionais e a concentração econômica no Sudeste.

O Pós-1985


A década de 1980 ficou conhecida como a década perdida e foi caracterizada pela recessão, inflação e desemprego, gerados por uma economia estagnada após o segundo choque do petróleo de 1979. Nesse contexto, vários setores da sociedade apontavam o fim do Regime Militar, como “saída” para a crise, mas os problemas continuaram (como a inflação elevada) com os governos civis no poder, fato que comprometeu a nossa industrialização.
Para controlar a inflação, só no governo Sarney, três planos foram tentados, mas todos fracassaram, deixando a classe média mais pobre, com a queda do poder aquisitivo dos salários: Plano Cruzado (1986), Plano Bresser (1987) e o Plano Verão (1989). Nos demais governos, Collor, Itamar e FHC, foi adotada a receita neoliberal, imposta pelos EUA e pelo FMI, na qual o objetivo visa a diminuir a participação do Estado na economia, com privatizações. Começou com as siderúrgicas e passou pela telefonia, energia e extrativismo mineral, entre outros setores.
A sociedade passou a questionar o modelo neoliberal, pois a qualidade dos serviços piorou, as tarifas ficaram elevadas e, o pior, o dinheiro obtido das vendas das empresas estatais foi usado apenas para pagar os juros da dívida externa. A reeleição de FHC, em 1998, foi explicada pelo mérito em controlar a inflação.

Para agravar a industrialização, o modelo neoliberal está inserido no processo de globalização, coordenado pelos EUA e por outros países ricos, abrindo mais a economia nacional para o grande capital, gerando falências internas, pois a concorrência é desleal. Essa modernidade imposta não foi acompanhada por reformas estruturais, fato constatado nos dois governos de FHC, pois não ocorreu a reforma tributária, fundamental para nossa industrialização, reduzindo o poder de investimentos. Resultados: agravamento da exclusão social, desemprego, concentração de renda e arrocho salarial.


Concentração e Desconcentração Industrial

9Fonte: MEC/FAE, Atlas geográfico, p. 28.

Quanto à distribuição espacial da indústria, o que se verifica é uma grande concentração de estabe- lecimentos na região Sudeste.
A concentração industrial na região Sudeste e, sobretudo, no Estado de São Paulo, deve-se a fatores históricos que já conhecemos. Esses fatores (a lavoura de café, entre outros) orientaram o surgimento da atividade industrial nessa região. Mas um outro fator também explica essa concentração espacial – é a interdependência que se estabelece entre as várias empresas industriais. Por exemplo, a indústria automobilística está ligada às metalúrgicas, às indústrias de autopeças, de tintas, de vidros etc.

Além disso, a concentração industrial é acompanhada pela concentração das demais atividades econômicas e extra-econômicas. Assim, a indústria, o comércio e o sistema bancário e financeiro dependem uns dos outros.
Por outro lado, a concentração das atividades econômicas gera um grande número de empregos, atraindo população de outras regiões e criando grandes centros populacionais, que necessitam de serviços, incluindo-se escolas, centros culturais e profissionais. Por isso, as grandes metrópoles são também os núcleos culturais mais desenvolvidos do país.

A desconcentração industrial ocorreu a partir da década de 1970, motivada pelos desequilíbrios regionais que levaram o governo a adotar medidas como incentivos fiscais e programas para as áreas periféricas, surgindo, por exemplo, os pólos petroquímicos de Camaçari (BA) e de Canoas (RS).
Na década de 1980, a crise econômica gerada pelo alto preço do petróleo atingiu a área mais industrializada do país, a região metropolitana de São Paulo, inibindo a instalação de novas unidades industriais, com desvantagens como a organização sindical forte, assustando os empresários, e a saturação da infraestrutura viária.

10Fonte: Secretaria de Economia e Planejamento do Estado de S. Paulo

Observando o mapa, a concentração ocorre na Grande São Paulo, com diversidade industrial, e a desconcentração ocorre acompanhando as grandes rodovias. Na via Dutra (1), destaca-se São José dos Campos, entre outras, com indústrias aeroespacial e bélica. No Eixo Castelo Branco (2), destaca-se Sorocaba; no Eixo Anchieta – Imigrantes, sobretudo em Cubatão desenvolvem-se os ramos químico, petroquímico e siderúrgico; e no Eixo Bandeirantes, até as vias Anhangüera e Washington Luís, a agroindústria é a de destaque.
Quanto ao Espírito Santo, este estado é o menos industrializado do Sudeste, mas ali se desenvolvem os ramos metalúrgico, alimentício e o madeireiro. No Rio de Janeiro, a industrialização acompanhou a função portuária, beneficiando-se da condição histórica de conter a capital do país até a construção de Brasília. Atualmente, o forte é o setor petrolífero no norte Fluminense, na região de Macaé.

11Fonte: MEC/FAE, Atlas Geográfico, p. 39.

Quanto ao Estado de Minas Gerais, o ramo alimentício marca o Triângulo Mineiro (Araguari, Uberaba e Uberlândia) e o sul, com Poços de Caldas e Alfenas. O principal ramo é o metalúrgico, transformando o rio Doce no “Vale do Aço”, devido ao complexo siderúrgico e às reservas de minerais metálicos. Mas, a cidade mineira mais famosa é Itajubá, com o segundo maior crescimento em PIB do país entre 1970 e 1996. O segredo está na associação educação-tecnologia, com universidades, mão-de-obra qualificada e indústrias com alta tecnologia, que produzem fibras ópticas, reatores, componentes eletrônicos e até helicópteros (Helibrás). Portanto, é o mais novo exemplo de tecnopolo.
Os “tecnopolos” são parques empresariais e científicos especializados no desenvolvimento da alta tecnologia e da chamada tecnologia de ponta (química fina, robótica, informática, eletrônica, raio laser etc.).
As regiões de Campinas (favorecida pela presença da Unicamp), de São José dos Campos (onde está localizado o Instituto Tecnológico da Aeronáutica – ITA) e São Carlos (que abriga a UFSCar e um campus da USP) são alguns dos centros industriais que ostentam a tecnologia mais avançada do país.
9. Nova Desconcentração
A partir da década de 1990, a nova desconcentração ganhou o apelido de “Guerra Fiscal” entre os Estados, pois as indústrias são disputadas entre os Estados, que oferecem terrenos e isenções. As indústrias que, por exemplo, deixam o Estado de São Paulo alegam que o processo de globalização exige custos finais mais baixos para ganhar competitividade, aproveitando as vantagens citadas, além da mão-de-obra mais barata e menos politizada. Confira a desconcentração, pela tabela:


12Veja, 7 de março, 2001
A região Sul, segunda em industrialização, estruturou-se nos ramos alimentício e têxtil, respectivamente, na Grande Porto Alegre (RS) e no eixo Joinville-Blumenau – Brusque (SC). Mas, crescem os ramos químico, metalúrgico e siderúrgico, sendo Florianópolis a vedete nacional com o maior crescimento do PIB, nos últimos anos.
A Região Norte, como vimos, está relacionada à Zona Franca de Manaus, enquanto no Centro-Oeste, a região menos industrializada cresce no ramo alimentício, sobretudo os frigoríficos e, atualmente, nos ramos mineral e de material elétrico. Essas regiões são prejudicadas pela deficiente rede de transporte e pelo mercado consumidor restrito.
Quanto ao Nordeste, a terceira região industrializada, a concentração ocorre na Zona da Mata ou Litoral Oriental, sobretudo na região Metropolitana de Salvador, com o pólo petroquímico de Camaçari, “alimentado” pela Refinaria Landulfo Alves, além do Distrito de Aratu, com siderurgia (Usiba); e a região Metropolitana de Recife, em Cabo e Paulista, com indústrias química, metalúrgica e de material elétrico.

13Fonte: MEC/FAE, Atlas geográfico, p. 42.


quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Teoria da Deriva Continental e Tectônica de Placas.


Conforme havia prometido aos alunos do 1° ano, na última aula, estou disponibilizando o Texto Didático sobre a Teoria da Tectônica de Placas (revisão). Para facilitar, as ilustrações seguem, logo depois (e não no meio deste, como deveriam ser).

Placas Tectônicas

A TEORIA DA DERIVA CONTINENTAL E A TEORIA DA TECTÔNICA DE PLACAS

A Teoria da Deriva Continental foi publicada, em 1912, pelo geólogo e meteorologista alemão Alfred Lothar Wegener. De acordo com esta teoria há cerca de 250 milhões de anos, todos os continentes se encontravam interligados, juntos, formando um único bloco de terras emersas (continente), denominado Pangea ou Pangéia, o qual era circundado por um único oceano, Pantalassa (“Mar Total”).
A primeira fragmentação do Pangea deu origem a dois grandes continentes:
- Laurásia, que compreendia as terras da atual América do Norte, Europa e Ásia (exceto a Índia), no hemisfério Norte;
- Gondwana, que incluía as terras da América do Sul, África, Austrália, Antártida e a Índia, no hemisfério Sul.

Sua teoria baseava-se em evidências diretas e indiretas. A evidência direta foi o encaixe perfeito da costa atlântica da América do Sul com a costa atlântica da África. Depois as evidências indiretas foram verificadas nos dois continentes (América e África) através das análises de rochas, plantas e animais fósseis idênticos, inclusive a evidencia de algumas regiões que atualmente se encontram na zona equatorial terem registros de erosão por gelo.  .
Indagado pela comunidade científica, da época, Alfred Wegener não soube identificar e explicar o fenômeno responsável pela movimentação dos continentes e, por isso, sua teoria caiu em descaso, sendo esquecida por muitas décadas.
A partir da década de 60, no entanto, com o desenvolvimento das ciências, principalmente da Sismologia (estudo das atividades sísmicas) e das tecnologias, e as prospecções oceânicas para exploração de petróleo,  os cientistas constataram que a teoria de Wegener estava correta.
Descobriu-se que a crosta terrestre não é um bloco de terra único, estático, parado, sem movimento. Ela se apresenta fraturada em cerca de 15 placas tectônicas, as quais se movimentam em várias direções, tanto em sentidos divergentes (afastando-se) como convergentes (encontrando-se). E, também, que estes movimentos são provocados, até hoje, em consequência das correntes de convecção do magma. Como, por exemplo, sabe-se que a placa Sul-americana se movimenta cerca de 2 cm ao ano no sentido oeste.
À partir destas descobertas, a teoria passou a ser intitulada de Teoria da Tectônica de Placas.
A região de maior instabilidade tectônica corresponde às áreas onde se verifica o encontro de placas tectônicas. E este movimento convergente entre duas placas pode ser feita de três formas:
- por colisão (como no caso do Himalaia);
- por subducção (como no caso da Cordilheira dos Andes);
- por deslizamento lateral ( como no caso de São Francisco e Los Angeles).

Nestas regiões de encontro de placas, outros fenômenos tectônicos se encontram associados e,também, podem ocorrer, tais como: abalos sísmicos (terremotos e maremotos), vulcanismo, formação de cadeias de montanhas do-bradas e fossas submarinas.
Nas regiões divergentes, ou seja, de afastamento de placas tectônicas ocorrem: vulcanismo, o alargamento dos fundos oceânicos, maior distanciamento entre os continentes e a expansão dos oceanos.
A região onde há grande ocorrência de vulcanismo e terremotos é denominada de Círculo do Fogo e a sua maior incidência se dá no oceano Pacífico.

OBSERVAÇÃO: Todas as imagens postadas, neste, têm como finalidade ilustrar para melhor compreensão do texto e, estas foram capturadas da Internet.

Evolução da Terra

Alfred Wegener

Únicos continente e oceano existentes há milhões de anos na superfície terrestre


Evidência Direita: o encaixe da costa sul-americana com a costa africana
Evidências Indiretas: fósseis de animais idênticos em ambos os continentes,
assim como o mesmo tipo de rochas e fósseis de vegetais

Primeira Fragmentação do Pangea (observar a formação do Mar Tethys)


Supercontinente Gondwana
(observar que a Índia não fazia parte das antigas terras da Ásia atual)


Placas Tectônicas


Correntes de convecção do magma deslocando as placas tectônicas


Movimento por colisão das placas indo-australiana com a asiática
(gerou a cordilheira do Himalaia)

Círculo do Fogo



Publicado no blog Geografia em Foco, da professora Marli Vieira de Oliveira, em  07/05/2009.