Quando forças vulcânicas abrem seu caminho à força e irrompem na superfície, temos uma noção dos dramáticos processos que se desenrolam nas profundezas da Terra. A crosta sobre a qual vivemos é muito fina. A turbulência incendiária no subsolo marca a vida terrestre: rios de lava incandescente empurram continentes e erguem montanhas; ela faz a terra tremer, supervulcões explodirem e tsunamis devastarem áreas litorâneas.
Erupções vulcânicas são acontecimentos que ocasionalmente podem ter proporções planetárias. As nuvens de partículas já provocaram, diversas vezes, pioras climáticas e interferiram na História da Humanidade. Essa erupção, do Monte Sarytschew, no extremo norte da Rússia, foi fotografada por um astronauta da Estação Espacial Internacional, no dia 12 de junho de 2009. A falha na camada de nuvens deve-se à gigantesca onda de pressão gerada pela explosão. A capa branca da coluna de fumaça é formada por vapor d'água, que, à grande altitude, se condensou
O vulcão Kilauea tem fama de ser pacífico. A lava basáltica, que brota de um hotspot (ponto quente, na Geologia), no leito do Oceano Pacífico, é pouco densa e pobre em gases. Há décadas ela borbulha até a superfície terrestre, para depois escorrer pelos suaves flancos ondulantes da montanha, até o mar. Quando ocorre uma rara erupção violenta, como em 2008, o magma fluido espirra no ar, formando guirlandas de fogo.
A península, no Leste da Rússia, é uma das zonas vulcânicas mais ativas da Terra. A Reserva Natural de Kronotsky abriga um território geotérmico com 90 gêiseres, cujos jatos de água sobem até 40 metros de altura. A área é pontilhada por centenas de nascentes quentes, bacias de lama fervilhante e fraturas à céu aberto, que expelem as chamadas fumarolas. A região é dominada pelo monte Klyuchevskaya Sopka que, com 4.750 metros, é o vulcão ativo mais alto da Eurásia
Uma erupção parece ameaçar a metrópole de Ccatania, na Sicília. Mas aqui se trata apenas da explosão de uma cratera lateral, no flanco Sul do Monte Etna. Ao contrário do Vesúvio, o vulcão adormecido, em Nápoles, Itália, considerado um assassino em potencial, a contínua atividade do Etna e a consistência de sua lava, impedem a formação de uma pressão excessiva, que se libertaria em uma explosão devastadora
Crosta:. .....................até 40 km de
profundidade Manto Superior:. ...de 40 a 650 km Manto:. .....................de 650 a 2.890 km Núcleo Externo:. ....de 2.890 a 5.150 km Núcleo Interno:. .....de 5.150 a 6.348 km Dados em quilômetros, de fora para dentro.
DEBAIXO DE UMA CROSTA FINA
A constituição da Terra faz desse planeta um corpo celeste muito especial, e
provoca uma variedade de fenômenos geológicos. São eles que conferem ao nosso
globo a sua típica topografia. Correntes quentes movem as placas da crosta
terrestre. Elas criaram a atual distribuição de continentes e mares, e
garantiram que não viveríamos em desertos planos. Os processos nas profundezas
ocasionam a erupção de vulcões e os terremotos, mas eles também protegem nossa
existência. O núcleo interno metálico da Terra gera um campo magnético, que
desvia radiações mortíferas vindas do espaço sideral
A COLISÃO ou o afastamento de duas placas tectônicas é
desencadeado por tremendas forças internas da Terra. Por isso, onde elas são
limítrofes (veja ilustração à esquerda) ocorrem terremotos relativamente
frequentes. Quando uma placa desliza embaixo de outra (A abaixo: aqui, na costa
oeste da América do Sul), o violento atrito levanta montanhas, ou cria vulcões.
Quando duas placas continentais se chocam também surgem montanhas como os Alpes
ou a Cordilheira do Himalaia.
A TERRA é coberta por uma crosta de 10 a 65 km de espessura.
Mas em comparação com os 12.750 km de diâmetro do planeta, ela é finíssima (a
ilustração à direita demonstra isso, claramente). Juntamente com a camada
superior do manto terrestre, a crosta forma as placas tectônicas: 13 fragmentos
grandes e diversos menores, nas quais se divide a superfície terrestre (veja
acima). Algumas dessas placas, como a de Nazca, são formadas apenas pela pesada
crosta oceânica, além do manto superior. Outras, como a Sul-Americana, contêm
componentes mais leves: os continentes (veja página 49). Todas as placas são
arrastadas pelas correntezas do superaquecido manto terrestre e se deslocam
constantemente na superfície de nosso planeta. Em algumas regiões, as placas
nascem porque um novo material brota do interior da Terra entre dois fragmentos
(veja página 82). Em outros lugares, elas morrem por que colidem, e uma placa
desliza para baixo de outra
VULCÕES nascem onde rochas ígneas e liquefeitas das
profundezas forçam seu caminho até a superfície. Esse processo pode ocorrer de
três maneiras. Duas placas da crosta colidem, uma desliza para baixo de outra
(A) exemplo, a Cordilheira dos Andes). Ou, duas placas se afastam e o magma
quente surge do meio delas (B: Dorsal Mesoatlântica). Ou ainda, vulcões perfuram
a crosta terrestre em lugares chamados hotspots (pontos quentes); através deles
sobem fluxos extremamente quentes, vindos do manto, chamados plumas mânticas (C:
Ilhas de Cabo Verde)
O MANTO TERRESTRE é praticamente incandescente, devido ao
calor armazenado desde os primórdios da Terra e às decomposições radioativas. As
diferenças de temperaturas desencadeiam fluxos de material derretido (D), o
mesmo "motor" que aciona a movimentação das placas tectônicas
O NÚCLEO TERRESTRE é constituído por duas camadas: a
externa, formada predominantemente por ferro derretido, é líquida e tem uma
temperatura de mais de 3.500º C - e a interna, que contém 94% de ferro, além de
um pouco de níquel. Mas, devido à colossal pressão, e apesar de uma temperatura
de mais de 6.000º C, esse núcleo interno é sólido. Correntes quentes na parte
externa do núcleo terrestre geram o campo magnético da Terra
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Reportagem da Revista GEO, edição 9, Editora Escala.
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