quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Setembro tem recorde de calor e de gelo na Antártida


Nasa/AFP
Imagem do gelo antártico tirada pelo satélite Aqua, da NASA

DA REUTERS

O mês passado foi o setembro mais quente já registrado na Terra, dizem cientistas de uma agência governamental americana que estuda o clima e o oceano.

A média da temperatura global dos continentes e dos oceanos no mês passado foi de 15,67º C ou 0,67º C acima da média geral do século 20.

A temperatura média global só dos continentes em setembro foi a terceira mais quente já registrada para esse mês.

A Rússia central, o Japão, o oeste da Austrália, o norte da Argentina, o Paraguai, o oeste do Canadá e o sul da Groenlândia tiveram temperaturas maiores que a média em setembro, enquanto o leste da Rússia, o oeste do Alasca, a África do Sul, grande parte da China e partes do Centro-Oeste superior e sudeste dos Estados Unidos registraram temperaturas notavelmente abaixo da média.


POLOS OPOSTOS

A cobertura de gelo no Ártico atingiu seu menor nível histórico no último mês, enquanto a Antártida registrou sua maior cobertura de gelo na história.

"A magnitude dos recordes em cada região (ártica e antártica) é muito diferente", diz Deke Arndt chefe do monitoramento climático da agência americana. "O Ártico está deixando todos os recordes para trás, não existem superlativos suficientes para descrever o que vem acontecendo lá nos últimos cinco ou seis anos".

Para contextualizar o atual recorde negativo de gelo no Ártico, basta comparar com o último recorde, registrado em 2007, quando especialistas disseram que a queda na cobertura de gelo no Polo Norte era "assombrosa" e um sinal claro da aceleração do aquecimento global.

Portanto se o recorde de gelo na Antártida é o "rei do pedaço", diz Arndt, "o recorde que o Ártico vem construindo é totalmente diferente. A mudança é maior, mais rápida e está estabelecendo novas características na região".

As condições do Ártico são importantes, já que a região é às vezes chamada de "ar condicionado da Terra" por sua capacidade de influenciar a temperatura no planeta.

O aumento do gelo antártico, apesar de contraintuitivo, é devido a mudanças no padrão dos ventos, o acaba que empurrando o gelo do mar para fora, aumentando a sua extensão.

"Um mundo mais quente pode ter consequências complexas e às vezes surpreendente ", disse pesquisador Ted Maksym, de um navio de pesquisa australiano cercado por gelo marinho da Antártida.

David Vaughan, da Pesquisa Antártica Britânica diz que "sim, o que está acontecendo na Antártica tem as impressões digitais da atuação humana nas mudanças climáticas."
Folha de S.Paulo

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