Fotógrafo: Igor Terekhov |
Agência: Dreamstime.com
Gás metano causa mais danos do que o dióxido de carbono.
Com o desenvolvimento da agricultura em larga escala, em meados do século 20, a lavoura tornou-se um grande negócio para muitas empresas. As terras ficaram consolidadas em grandes empreendimentos com muitos milhares de animais espalhados em uma grande quantidade de acres.
Inicialmente, as áreas de pasto foram preenchidas com uma variedade de grama e flores que cresciam naturalmente, oferecendo uma dieta diversificada para vacas e outros ruminantes. No entanto, para aperfeiçoar a eficiência da alimentação do gado, muitas dessas pastagens foram replantadas com azevém perene (em inglês). Com a ajuda de fertilizantes artificiais, o azevém perene cresce rapidamente e em enormes quantidades. Sua desvantagem é que ele não oferece o teor nutritivo de outras gramas e evita que outras plantas nutritivas possam se desenvolver. Um comentarista a apelidou de "fast food" das gramas [Fonte: Guardian%20Unlimited" (site em inglês) >Guardian Unlimited].
Essa simples dieta permite que muitas vacas sejam alimentadas, mas isso inibe a digestão. Uma dieta com azevém perene resulta também em uma quantidade significativa de vacas fracas e inférteis que têm de ser abatidas precocemente. É aqui que entra o metano. A grama difícil de ser digerida fermenta nos estômagos das vacas onde interage com micróbios e produz gás. Os detalhes exatos do processo ainda estão sendo estudados e mais informações podem fazer com que os cientistas consigam reduzir a produção de metano das vacas.
Um estudo da Universidade de Bristol comparou três tipos de pastos cultivados naturalmente com pastos de azevém cultivado com fertilizantes químicos. Carneiros foram alimentados com cada tipo de pastagem. A carne dos carneiros alimentados com pasto natural tinha menos gordura saturada (em inglês), mais ácidos graxos omega-3 (em inglês), mais vitamina E (em inglês) e níveis mais altos de ácido linoleico conjugado (CLA), uma "gordura benigna" que acredita-se que combata o câncer. A carne desses carneiros foi considerada de qualidade bastante alta e com boa pontuação nos testes de degustação.
Devido à preocupação com as dietas dos ruminantes, muitos pesquisadores estão investigando modos de alterar o que esses animais comem e misturar o melhor dos velhos pastos de gado - gramas e plantas diversificadas, de crescimento natural e ricas em nutrientes - com o melhor das novas - espécies de crescimento rápido e resistentes a pragas hostis. Uma possibilidade é aumentar a capacidade de plantas e flores benéficas, ricas em nutrientes, de crescerem juntamente com gramas de crescimento rápido geralmente usadas nos pastos. Uma outra linha de pesquisa se concentra em plantas que possuam um alto teor de tanino, o qual acredita-se que possa diminuir os níveis de metano em ruminantes e elevar a produção de leite, embora níveis excessivos de taninos possam ser danosos para o crescimento do ruminante.
Um estudo realizado por pesquisadores da Nova Zelândia recomenda o uso de plantas como o cornichão, que têm alto teor de ácido alfa linoleico, o que eleva os níveis de CLA. Plantar legumes e plantas geneticamente preparadas para captar o nitrogênio do ar também intensificará os níveis de nitrogênio do solo, o que é importante para um solo mais rico e plantas mais saudáveis.
Imagem cedida por Alden Pellett/Associated Press
Alguns produtores de laticínios usam sistemas de processamento para colher metano do estrume da vaca.
A energia é usada para movimentar a fazenda enquanto que o excesso é freqüentemente vendido para a rede elétrica local.
Os que acreditam em pastos com espécies misturadas e de crescimento natural, dizem que sua utilização reduzirá os gases estufa, aperfeiçoará a saúde do animal e a qualidade da carne, e reduzirá o uso de fertilizantes artificiais. Tentativas como pílulas para reduzir o metano ou a adição de alho podem ser apenas medidas temporárias que não conseguem resolver alguns dos principais problemas do gado, especialmente a poluição do ar e do solo, desmatamento das florestas, a produção de animais frágeis que deverão ser separados mais tarde e o uso de esteróides e fertilizantes artificiais.
Uma outra possibilidade é capturar o gás metano e usá-lo como energia ou vendê-lo para a rede elétrica. Alguns produtores também extraem metano de resíduos do gado, mas isso não resolve o maior problema do metano que é expelido. Utilizar esse metano significaria capturá-lo no ar, talvez confinando o gado em ambiente fechado ou provendo os animais com focinheiras especiais para que possam inibir a alimentação.
Maior estudo independente já feito confirma aquecimento do planeta
A maior revisão de dados históricos de temperatura já feita até hoje revelou que os mais importantes argumentos usados pelos chamados céticos do clima, os maiores críticos do aquecimento global, não alteram o fato de que o mundo está, mesmo, ficando mais quente.
Cientistas da Universidade da Califórnia, Berkeley, investigaram vários tópicos que, segundo os céticos, alterariam o quadro final que aponta para o aquecimento do planeta. E descobriram que nenhum dos dados tem um efeito significativo na conclusão geral de aumento de temperaturas.
Os cientistas do Projeto Terra compilaram mais de um bilhão de registros de temperatura desde 1800, de 15 fontes diferentes em diversos pontos do mundo, e concluíram que, em média, a temperatura em terra aumentou 1 grau Celsius desde meados dos anos 50.
O número bate com as estimativas sobre aquecimento global a que já tinham chegado os principais grupos que estudam o assunto, como os da Nasa, da Administração Nacional de Atmosfera e Oceanos dos EUA (NOAA, na sigla em inglês) e o Met Office, no Reino Unido.
Jornal O GloboEncontrado mecanismo que ativa supererupções vulcânicas
Uma supererupção vulcânica acontece na Terra a cada 100 mil anos em média e pode ser uma das maiores catástrofes naturais do planeta, perdendo apenas para o choque de um asteroide de grandes proporções. Os mecanismos que levam um sistema vulcânico aparentemente pouco ativo a uma explosão desta magnitude, no entanto, ainda são pouco compreendidos pelos cientistas.
Agora, no entanto, pesquisadores da Universidade de Oregon, nos EUA, apontam uma combinação da temperatura e do formato da câmara de magma como receita para a possível ocorrência destas supererupções. Segundo Patricia "Trish" Gregg, principal autora da pesquisa, a criação de um anel de rochas em torno da câmara de magma permite que a pressão se acumule por milhares de anos, resultando em uma elevação do teto sobre ela. Eventualmente, falhas no terreno acima entram em colapso e desencadeiam a erupção.
- Você pode comparar isso a rachaduras na casca de um pão enquanto ele infla - diz ela, que apresentou seu modelo esta semana durante reunião anual da Sociedade Americana de Geologia. - A medida que a pressão na câmara da magma aumenta, aparecem rachaduras na superfície para acomodar a expansão, eventualmente se propagando para baixo até a câmara. No caso de vulcões muito grandes, quando as rachaduras penetram fundo o bastante, elas rompem a câmara de magma, o teto dela entra em colapso e ocorre a erupção.
As erupções de super-vulcões podem levar a grandes alterações climáticas, dando início a idades do gelo e outros impactos. Um caso foi a de Huckleberry Ridge, no que é hoje o Parque de Yellowstone, nos EUA, a cerca de 2 milhões de anos, mais de 2 mil vezes mais poderosa que a erupção do Monte Santa Helena em 1980.
- Com exceção do impacto de um meteoro, essas supererupções são a maior ameaça ambiental que nosso planeta pode enfrentar - afirma. - Enormes quantidades de material são expelidas, devastando o meio ambiente e criando uma nuvem de gás e poeira que pode cobrir o globo por muitos anos.
Jornal O Globo
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